Patinando na escalação
Escrevi recentemente que o Jorginho ainda irá encontrar a melhor formação e o melhor esquema para o time, mas também que a atual circunstância exige maior agilidade nas observações e precisão nas tomada de decisão.
Infelizmente, mais uma rodada se passou, e não foi possível ver uma evolução em relação à última partida, pois com um excesso de volantes e um lateral-esquerda (e depois outro) com deficiências no apoio, o time se tornou extremamente defensivo, ainda mais sem um setor efetivo na criação das jogadas, em que mais uma vez atuou apenas com um armador.
Com a presença de 3 volantes sem entrosamento, houve um congestionamento na meia cancha que não se traduziu numa melhor marcação, e muito menos em uma saída qualificada, mostrando-se perdida a ponto do João Paulo, que considero um bom jogador, ter feito uma péssima partida, com erros primários de passe e posicionamento.
A próxima partida já será na terça-feira, e espero que na tentativa de acertar, o Jorginho escale dois armadores em companhia de um segundo volante e um primeiro volante, de maneira a manter uma boa pegada com rápida recuperação da bola, e saída mais qualificada, para que os 2 armadores tenham condição de municiar o ataque com mais frequência e qualidade, mantendo o time com uma maior presença ofensiva, e consequentemente mantendo o adversário longe da retaguarda atleticana.
Até o momento não consegui informações definitivas quanto à regularização e/ou a efetiva contratação dos meias Felipe e Elias, de maneira que possam formar um setor de criação mais consistente, oferecendo mais alternativas para o setor juntamente com Ligüera. Já que pelas últimas notícias, Paulo Baier, Harrison e até mesmo Zezinho estão machucados.
Quanto à meia de contenção, penso que a presença de João Paulo e Derley juntos diminui a eficiência do setor, pois ambos possuem características de saírem mais para o jogo (segundo volante) do que propriamente uma marcação mais forte, sendo necessário alguém com maior ‘pegada’, o que era realizado satisfatoriamente pelo Deivid, quando incumbido apenas da marcação.
O Atlético, em função dos problemas que todos conhecem, problemas políticos, de planejamento e de prioridade nos investimentos, perdeu muito tempo e precisa recuperar esse tempo com urgência. Sendo assim, o treinador tem que procurar minimizar a margem de erros, e tem condições para isso, pois acredito que possui conhecimento e muitos dos jogadores que chegaram e estão chegando foram indicações suas.
Desta forma, entendo que não é mais possível, conforme foi noticiado, que após várias partidas como titular ou reserva, o treinador só agora identifique que Bruno Furlan está fora do peso.
São detalhes assim de observação (ou falta de observação) que acabam atrasando um melhor momento chegar, não pelo Furlan simplesmente, mas pela falta de critérios bem definidos e de convicção na montagem da equipe. E não se pode querer justificar pura e simplesmente com o fato de ainda estarem chegando jogadores. Como já mencionei, grande parte são indicações do próprio treinador.