Estou decepcionado e preocupado com as declarações de nosso presidente à uma rádio de Guaratinguetá. Aliás, por que ele não o faz aqui, para seu povo? Pode ser uma carta no site oficial, na seção ‘Palavra do Presidente’. Mas mesmo falando para os paulistas, me inquieta o fato de Petraglia estar um pouco conformado com a possibilidade de permanecermos na Série B nesse ano. Nem o primeiro turno acabou, já jogamos a toalha?

‘Esquecemos como se joga a Série B’. Como assim, Petraglia? Nós esquecemos é como se joga FUTEBOL há muito tempo! E se cairmos para a C, série que nunca jogamos? Vamos para a D pois não a sabemos jogar? O que falar dos grandes que, quando caíram, ficaram um ano e logo voltaram (a maioria como campeões)!?

Há tempos somos um time que raramente ganha de goleada, que não ganha clássicos, que não vence e convence, que não ganha nem o fraco paranaense. Passamos a comemorar escanteios à favor, faltas perto da área, erros dos adversários e até a entrada de Liguera no intervalo. Comemoramos até o apito final do juíz num jogo contra o Guaratinguetá, pois tememos o empate! Cadê aquele time que envolvia os adversários? Que mesmo na derrota, se entregava pela sua torcida? Estamos carentes de alegrias. Não somos, definitivamente, orgulhosos como antes.

Nossas alegrias maiores, nos últimos dois anos, foram os vices seguidos do rival na Copa do Brasil… Pouco. A carência da torcida nos levou a acreditar em Petraglia e reconduzi-lo à presidência do CAP. Afinal, ele ganhou o Brasileiro em 2001, não? Ele fez a Arena! Ele tem seus méritos, mas em 2001 quem ganhou fomos nós. A Arena era temida! O São Caetano perdeu para a torcida. Muitos podem até contestar, mas o time deles era melhor que o nosso. A melhor defesa (deles) levou 4 gols numa partida da final! 4 gols de cada um que berrou naquela partida.

Hoje não temos casa, time, torcida e nem respeito. De favorito da série B a ‘mais um’.

Mas ainda sim, o mais triste, é ver que o presidente que acreditava em um CAP Gigante nas eleições, hoje, sem nem ter acabado o primeiro turno, joga a toalha. ‘Queremos ter um estádio de primeira com um time de primeira. Vai ser triste se ficarmos na Série B no ano que vem.’, disse. ‘Nosso planejamento é para voltar à Série A, mas está difícil.’. Isso contradiz a carta que me foi enviada junto com uma camiseta, que todos os sócios receberam em casa. Se o líder diz que está difícil, como o torcedor pode ainda confiar? Difícil, Sr. Petraglia, não é descer a Serra, pagar pedágio e sentar no concreto do Caranguejão. Difícil é ter que subir a Serra, pagar o pedágio e voltar para a casa decepcionado, ouvindo a coletiva pós jogo no rádio na esperança de que as coisas podem melhorar, que venha um reforço, depois de um mais empatezinho ou uma derrota.