Futebol brasileiro ou futebol europeu?
Hoje, uma notícia vinda da Espanha remete à recente decisão do Clube Atlético Paranaense em não vender os direitos de transmissão televisiva à RPC dos jogos do Campeonato Paranaense de 2013: o clube espanhol Deportivo La Coruña, que em outras épocas foi responsável pela contratação de Bebeto e Rivaldo, entra com o pedido judicial de concordata, ou seja, está à beira da falência.
Uma consequência esperada de um estilo de futebol europeu, onde cada país conta com uma dupla (ou um pouco mais) de times fortes, donos de grande parte dos patrocínios e verbas de televisão, e outros tantos times existem apenas para “cumprir tabela”.
No Brasil ainda se fala muito da necessidade de se transformarem os times em clubes empresa mas, mais importante do que a forma na qual o clube se constitui em pessoa jurídica de direito privado é a administração de qualidade (e consciente) por parte de seus dirigentes, juntamente com planejamento em conjunto dos times, federações e CBF, que possibilitem um aumento na arrecadação e consequente evolução do futebol brasileiro.
Na atual conjuntura dos fatos, se os times nacionais fossem constituídos em empresa estariam decretando falência ou pedindo recuperação judicial. A RPC ofereceu valores abaixo do mercado para comprarem os direitos de transmissão dos jogos do futebol paranaense, se a atitude do Atlético em não aceitar tal proposta será ou não eficaz em uma busca de mudança desse panorama é tema de outra discussão, o que agora vem à tona é que cada ano se mostra mais perigosa a ideia de buscarmos na Europa um modelo a ser seguido. Para o Atlético Paranaense, clube em ascensão, principalmente.
Ao invés de os clubes brigarem entre si, formarem uma federação fraca, e se deixarem à mercê de uma Confederação tendenciosa, deveriam se unir, se fortalecer, buscarem juntos uma saída para situações que podem mudar o futebol brasileiro, que sempre teve por característica principal a competitividade.