Só você, Atlético!
Quem diria, em menos de um ano a ordem do futebol paranaense se inverterá: o coxa, outrora grande coqueluche do futebol da aldeia, passará a ser conhecido como time proprietário de um estádio prestes a cair, estádio onde assistir jogos lá será como praticar esporte radical, tenso, adrenalina a mil, algo como fazer roleta russa com 5 balas no tambor; o Paraná Clube, ex-proprietário de 5 grandes sedes – já teria nascido grande -, será conhecido como o time do Boqueirão, da Vila Olímpica, por enquanto, até que aquela sede também seja vendida ao grupo Tacla; e finalmente, o Atlético Paranaense, outrora conhecido como time ‘sem teto’, passará a ser conhecido como o time proprietário do único estádio com teto retrátil, bem localizado, em área nobre, e de ‘lambuja’, também contará com a Areninha Multiuso, graças a uma parceria feita entre a Prefeitura de Curitiba, Governo do Estado do Paraná, os bravos torcedores atleticanos e o Sr. Petraglia.
Diz o ditado: atrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher (as mulheres gostam de acrescentar a palavra ‘cansada’). Eu diria: por trás de um grande estádio, há sempre um grande time de futebol, apesar de todas as adversidades.
A Arena Fifa saiu da cabeça do Petraglia, e concluiu-se com desempenho extraordinário da mística atleticana que se construiu ao longo dos quase 90 anos de existência, só ela conseguiria agregar os elementos necessários à conclusão desse projeto. O que foi feito no Atlético, jamais poderia ser feito no Ferroviário e no Coritiba. Jamais. Não haveria as mínimas condições de se fazer, mesmo com o Petraglia à frente.
Resumindo eu diria: no Atlético Paranaense se vê tudo que há no Coritiba e no ex-Ferroviário, mas o que há no Atlético Paranaense não se vê em time nenhum aqui do Paraná. Só no Atlético Paranaense encontrar-se-ia condições para consolidar o projeto do Petraglia. Sem o Atlético, Petraglia não conseguiria realizar a grande obra da sua vida. Foi uma excelente troca, um belo jogo de interesses.