12 jun 2013 - 0h01

Em um ano, a bola vai rolar para a Copa no Brasil

A contagem regressiva para a Copa 2014 no Brasil começou. Daqui exatos 365 dias, em 12 de junho de 2014, o Itaquerão, em São Paulo, irá receber a abertura do Mundial no Brasil. Curitiba não vai ficar de fora deste grande evento, recebendo jogos na Arena da Baixada. No entanto, por aqui a bola vai rolar apenas a partir de 16 de junho de 2014, data do primeiro dos quatro jogos que o estádio atleticano irá sediar no Mundial.

A grande pergunta que fica é: o que falta fazer até lá? Para responder essa dúvida, a Furacao.com preparou um material especial, dividido em duas partes, analisando o status das obras de reforma e conclusão da Arena e também as de mobilidade urbana na cidade. Confira:

Arena da Baixada: 68% de obras executadas e previsão de entrega em dezembro

É na Arena da Baixada que Curitiba irá receber de forma mais intensa a Copa de 2014. Afinal, é no estádio de propriedade do Atlético Paranaense que serão realizados os quatro jogos previstos na capital paranaense durante o Mundial – pelo calendário da Fifa, o local abrigará jogos da primeira fase nos dias 16, 20, 23 e 26 de junho de 2014.

Na Arena, as obras não param [foto: Divulgação/CAPSA]


Com 68,32% de obras executadas, os trabalhos na Arena não param visando a entrega em dezembro de 2013, dentro do prazo estipulado pela Fifa para as praças esportivas serem concluídas. De acordo com o presidente do clube, Mario Celso Petraglia, os trabalhos seguem em ritmo acelerado, sete dias por semana, envolvendo cerca de 600 homens, mas com previsão de dobrar esse efetivo nos próximos três meses.

“Estamos trabalhando sete dias por semana para cumprirmos nossos compromissos e o cronograma. Infelizmente ainda não pudemos abrir para nossa torcida, pois temos uma promessa de fazermos lá, novamente, o mirante para os sócios”, informou Petraglia em entrevista à Rádio CAP.

Em termos de infraestrutura, o estádio certamente será um dos mais modernos e bonitos do futebol brasileiro. O principal diferencial é ser totalmente coberto, tanto nas áreas de arquibancada quanto no gramado, com a instalação da inédita cobertura retrátil no futebol brasileiro. A tecnologia permite que os painéis móveis que correm sobre trilhos possam ser abertos ou fechados em aproximadamente 15 minutos, com acionamento inclusive durante a realização dos jogos, numa solução para que o espaço se adapte a qualquer tipo de condição climática.

“A tecnologia é muito simples, praticamente a mesma utilizada para pontes rolantes industriais. O investimento é muito baixo e, como não fez parte do projeto do estádio para a Copa do Mundo, ainda não temos os valores definitivos. A opção foi em razão da necessidade de utilização do estádio para multiusos, o clima da nossa cidade e por sugestão da nossa parceira operadora das arenas, a AEG”, explicou Petraglia em recente entrevista ao jornal Zero Hora, de Porto Alegre.

Vista panorâmica das obras na Arena da Baixada [foto: Divulgação/CAPSA]


Toda a estrutura para a implantação da cobertura no estádio já iniciou e, na semana passada, a primeira peça da viga principal foi montada. A expectativa do clube é que o processo de instalação da cobertura, considerada uma das etapas mais difíceis do projeto, seja finalizada até outubro.

Além da cobertura retrátil, a Arena da Baixada terá outras inovações em itens como segurança e conforto. Com capacidade para 43.981 torcedores, não haverá fosso separando a arquibancada do gramado, o que permitirá uma aproximação ainda maior do público com o campo de jogo. Outra preocupação é com a sustentabilidade, com a instalação de revestimento com policarbonato na área externa, no intuito de melhorar a climatização dos espaços internos e calhas que captarão águas pluviais para reaproveitamento no próprio estádio.

No total, a reforma no estádio custará R$ 184,6 milhões, com uma engenharia financeira complexa e inédita no país. Do montante necessário para a modernização da Arena, 25% foram aportados em partes iguais, de R$ 15,4 milhões cada, entre clube, prefeitura e governo do estado – os recursos advindos do poder público foram viabilizados através de títulos de potencial construtivo, que possibilitam ao clube comercializar a permissão para construções que ultrapassam os padrões de zoneamento de determinada região. O restante do valor, R$ 131,5 milhões, é proveniente de financiamento junto ao BNDES. Para a liberação do recurso foram realizados dois contratos de financiamento: um envolvendo o banco e o Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE) do Estado, administrado pela Agência de Fomento do Paraná e que receberá o aporte financeiro, e outro entre a Agência de Fomento e a CAP S/A, uma Sociedade de Propósitos Específicos (SPE) criada exclusivamente para gerir as obras.

Até agora, o clube já recebeu duas das cinco parcelas do financiamento junto ao BNDES, com a terceira prevista para sair nos próximos dias. O valor do novo repasse deve ser de aproximadamente R$ 27 milhões, totalizando até aqui cerca de R$ 85 milhões do total financiado. A liberação do financiamento é feito em partes, de acordo com o percentual de execução das obras.

Curitiba: investimentos de R$ 573 mi em mobilidade urbana

A “cidade modelo” do país quer passar exemplo de infraestrutura e desenvolvimento durante a Copa do Mundo. Essa é a meta de Curitiba no que tange infraestrutura e organização urbana para o Mundial de 2014. Para isso, a cidade investe pesado nas obras, com o custo estimado pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná de R$ 573,4 milhões, considerando obras do governo do estado e da prefeitura.

Entre as melhorias previstas estão as obras de ampliação no aeroporto Afonso Pena e intervenções em mobilidade urbana, que englobam reestruturação em vias públicas, do complexo entre o aeroporto e a rodoviária e o sistema integrado de monitoramento, com o controle do tráfego de veículos através de painéis.

Curitiba é uma das 12 cidades da Copa no Brasil [foto: divulgação]


Uma das maiores obras previstas na cidade é a reestruturação do corredor que liga o aeroporto à rodoviária, que compreende a construção de um viaduto e de uma trincheira, além da recuperação de vias. “Para o segundo semestre está previsto o início das obras no restante da Avenida das Torres, no trecho entre a trincheira Guabirotuba e o viaduto estaiado, e daí até a divisa com São José dos Pinhais”, informou o diretor do Departamento de Pavimentação da Secretaria Municipal de Obras Públicas, Mário Padovani. A entrega da avenida está prevista para o fim de 2013.

O ponto de maior preocupação é o Corredor Metropolitano, que integra os municípios da região metropolitana e as vias radiais, totalizando 79 quilômetros. A obra foi transferida do PAC da Copa para o PAC da Mobilidade, pois não conseguirá ser entregue até 30 de abril de 2014, prazo máximo para ser considerada obra da Copa. “Para não perder o recurso passamos para o PAC da Mobilidade e aí podemos entregar em 2014, antes do Mundial”, informou o secretário estadual da Copa, Mario Celso Cunha.

No entanto, há uma preocupação crescente quanto ao ritmo das obras na cidade para a Copa. Segundo relatório do Tribunal de Contas do Paraná, apresentado no mês passado, todas as obras de infraestrutura urbana na cidade para a Copa estão atrasadas. “Nós temos sete grandes projetos envolvendo o PAC da Copa e todos ficarão prontos a tempo para a Copa do Mundo. Foram feitos ajustes, alterações e aditivos que não foram considerados pelo TC”, garantiu o secretário da Copa, Mario Celso Cunha.

Arena deve ficar pronta em dezembro deste ano [foto: Divulgação / Arte: Furacao.com]



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