12 set 2013 - 10h37

Análise do jogo: Duelo dos técnicos

Vagner Mancini, o maior responsável pela guinada do Atlético neste Campeonato Brasileiro, e Vanderlei Luxemburgo, o técnico brasileiro mais vitorioso da década de 90, fizeram um bom duelo nesta quarta (12). Enquanto o primeiro vive a melhor fase até então com o seu time, o segundo precisava mostrar trabalho para melhorar a colocação do Fluminense. Para tal, o técnico das Laranjeiras realmente fez.

Vanderlei Luxemburgo surpreendeu a todos ao escalar Rafael Sóbis como titular e, principalmente, ao alterar o provável esquema tático 4-3-1-2 para o 4-2-3-1. Uma vez que ele contava que o Furacão iria começar no seu costumeiro 4-3-1-2, o bloqueio dos laterais rubro-negros e a exploração das costas dos mesmos seriam fundamentais para o que o Fluminense se propôs no jogo: jogar no contra-ataque.

O Atlético no tradicional 4-3-1-2 e o Fluminense no surpreendente 4-2-3-1 [arte: Caio Gondo]

Com o time carioca recuado, atrapalhando as saídas pelas laterais do Atlético e querendo atacar somente em contra-ataques através de bolas lançadas para os seu velozes atacantes (foram 29 lançamentos certos na partida), o Furacão teve que se adaptar para poder jogar. Esta adaptação passava por sair do seu campo de defesa pelos pés de João Paulo (ele foi o jogador que mais realizou passes pelo Atlético, com 53 passes e 77% de aproveitamento) e jogar em seu campo ofensivo.

O time de Vagner Mancini não decepcionou no quesito adaptação ao novo estilo de jogo. Tanto que realizou sete finalizações no primeiro tempo, com direito a quatro na meta adversária e um gol realizado. Porém, do outro lado havia Vanderlei Luxemburgo. Ele realizou, ao observar o andamento do primeiro tempo, uma substituição já aos 29 do primeiro tempo: entrou o meia Biro Biro no lugar do volante Willian. Deste modo, descolando Rafinha para a linha dos volantes e abrindo o veloz Rhayner pela direita. Este velocista atacante Fluminense foi jogar no mesmo lado do Zezinho, que já havia recebido cartão amarelo e estava improvisado na lateral-esquerda.

Esta substituição também fez com que Léo tivesse maior preocupação defensiva, pois Biro Biro, que havia acabado de entrar, foi jogar no seu lado. Com maior preocupação, foi através de uma falta do Léo no camisa 29 do Fluminense que saiu o gol do time carioca. Placar igual e chegada do intervalo.

No intervalo, Vagner Mancini colocou Maranhão no lugar do Zezinho e alterou o esquema tático para o 4-2-3-1. Com isso, Marcelo e Éverton passaram a jogar pelos lados e fazendo com que o Furacão também tivesse saída pelas laterais.

Entrada do Maranhão e alteração para o 4-2-3-1 [arte: Caio Gondo]

Com estas alterações, o Atlético voltou com mais intensidade no jogo, conseguiu criar quatro boas chances de gol em menos de sete minutos e o técnico adversário já teve que fazer outra alteração para equilibrar a partida: entrou o meia e experiente Felipe no lugar do Rafinha. Mais do que isso, o Fluminense alterou o seu esquema para o 4-3-3.

Alteração do Fluminense para o 4-3-3 e bloqueio para as movimentações na diagonal do Éverton [arte: Caio Gondo]

Agora no 4-3-3, o time carioca bloqueou as entradas na diagonal do Éverton, colocou um marcador fixo no Paulo Baier e fez com que o Furacão criasse menos na partida. Pois até a entrada do experiente Felipe, o Atlético havia realizado cinco arremates em 11 minutos da segunda etapa, e depois da substituição, o Furacão só conseguiu finalizar três vezes.

Depois desta mudança tática do Fluminense, Mancini fez de tudo para abrir o sistema defensivo carioca. Primeiramente colocou Dellatorre no lugar do Paulo Baier, aos 24 do segundo tempo, e aos 40, Felipe no lugar do Bruno Silva. Porém, o time não conseguia fazer outro gol no Diego Cavalieri. Já Luxemburgo colocou o meia Eduardo no lugar do atacante Rafael Sóbis, aos 35 da segunda etapa, centralizando Rhayner e fazendo com que o seu ataque tivesse ainda mais rapidez. Entretanto, assim como as substituições do Vagner Mancini, pouco alterou o cenário da partida.



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