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30 set 2013 - 10h21

A derrota devido à desorganização

O segredo do nosso sucesso na vida é o equilíbrio.

Um torcedor menos avisado que chegasse ao estádio na noite de hoje e olhasse para o campo e visse o Gigante Manoel jogando de lateral direito, o bom Luis Alberto centralizado na zaga, o Everton descendo pela lateral esquerda e o Zezinho embolando com Marcelo, além do resultado de 3 X0 para o Vitória, poderia pensar que um tsunami havia passado pelo Durival de Brito, mas nada disso aconteceu, para suprir a falta de um só jogador, mesmo com a importância que o Leo tem, o Técnico Mancini tentou reiventar o futebol.

Inicialmente desprezando a formação que tanta alegria deu à nós torcedores nos últimos dois meses, preferiu entrar com uma formação que já havia demonstrado fraqueza em Novo Hamburgo, deixando Bruno Silva fora e optando pelo David. Com Bruno e João Paulo além de melhora no toque de bola, pois João joga mais avançado e pode chegar mais perto dos atacantes, temos ainda uma defesa nas bolas cruzadas mais alta facilitando assim a retirada da bola de nossa área. Com Bruno, João, Baier e Everton, temos um meio com quatro jogadores o que estabelece um equilíbrio de forças com as outras agremiações. Sem falar na insistência da escalação do Jonas, que além de ter o carimbo do distintivo coxa na testa, a cada jogo que entra consegue fazer um salseiro na nossa defesa, tem mania de se deslocar para o meio e vive tomando bola nas costas, vide o primeiro gol do Vitória e a mão desnecessária que originou o segundo gol do time adversário.

E assim meio que na base do coração chegamos ao empate, mas como o equilíbrio é quem determina o sucesso na vida, tomamos duas bolas de contra ataque em cima de uma defesa totalmente desorganizada. É preciso saber dosar a atuação na vitória e na derrota para que não sejamos prejudicados, mas isto é impossível quando se tem zagueiro de lateral, meia de lateral, volante de beque de espera, e um punhado de atacantes ocupando o mesmo espaço no campo.

Isto seria apenas a história de um jogo e afinal o futebol é assim mesmo, um dia se ganha e outro se perde, sem esquecer que de vez em quando o empate também aparece. Estamos fazendo uma campanha invejável e que há muito não fazíamos, contudo, como acredito no equilíbrio e que os detalhes podem melhorar o desempenho de qualquer um é que venho defendido, inclusive em reuniões do conselho, de que o histórico de cada jogador seja levantado, avaliando suas fraquezas e suas virtudes para poder extrair dele o que tem de melhor. Para tanto acredito ser necessário uma análise crítica de cada jogador e para não parecer que isto é apenas a minha opinião, vou me basear em dados que o Clube declarou no final do primeiro turno e não no achismo ou no sentimento de gratidão e simpatia por este ou aquele jogador.

Weverton, faz defesas importantes em dados momentos, pelos números são seis que poderiam ter determinado outro resultado no jogo, contudo tomou 33 gols, portanto para cada defesa importante ele toma 5,5 gols. Demonstra uma insegurança total com seus 1,89m, mais o metro que ele atinge ao saltar e mais ou menos 0,55 cm ao levantar os braços, o que somaria três metros e quarenta e quatro centímetros, já que em bola cruzada na área ele fica plantado em cima da linha esperando a definição do jogador contrário, o que dificulta suas defesas. Sem falar que pelos números apresentados ele já tomou 14 gols de bolas alçadas na área ou de chutes de fora da área. Reparem também que invariavelmente seus chutes de saída de bola encontram o jogador adversário como endereço.

Léo – jogador imprescindível, de muito boa técnica e que tem na velocidade e cruzamento uma arma, precisa conter um pouco seus ânimos, pois faz muitas faltas e abandona um pouco o setor, oportunizando contra ataques pela sua região.

Manoel- excepcional, gostaria que tivesse 5cm a mais e que não confiasse tanto no seu físico, pois algumas vezes isto o atrapalha, acredito ser o melhor zagueiro do Brasil.

Luis Alberto – Conhece os atalhos do campo, dedicado, experiente, motiva e orienta a equipe, pela idade está um pouco mais lento, mas é titular absoluto.

Botelho – de enorme potencial, boa técnica, contudo se perde em alguns lances, talvez uma orientação personalizada possa melhorar ainda mais seu rendimento.

Bruno – excelente colocação, boa altura, domina a entrada da área, faz muitas faltas, que talvez possam ser explicadas pelo posicionamento do Baier, já que este não dá combate, sobrecarregando qualquer jogador que habite o meio campo.

João Paulo- técnica apuradíssima, excelente chute de fora da área, passes certeiros, porém um pouco lento, com isto parece óbvio que deva ser o segundo volante, se tivesse a oportunidade de bater mais faltas ou escanteios, acredito que o nosso aproveitamento seria melhor.

Marcelo – O que falar deste rapaz, assim como é brilhante em umas jogadas, faz parecer em outras que a bola o maltrata. Acredito ter mais créditos do que débitos, porém em momentos cruciais ele demonstra ainda insegurança, lembrem-se do pênalti perdido contra o Paraná na segunda divisão, que poderia ter nos deixado de fora da série A deste ano e de outros tantos gols perdidos, inclusive hoje quando o jogo estava 3 x 3 e ele isolou por cima da trave uma bola de dentro da área pequena. Parece que para ele se ligar no jogo, a primeira bola que pega deva sair perfeita senão ele se desestabiliza. Sei que um trabalho adequado está sendo feito para corrigir estes defeitos, afinal é ainda muito novo.

Éderson – não se pode falar nada do artilheiro do campeonato, só desejar que continue com este aproveitamento, tenho a certeza de que se recebesse mais bolas durante o jogo, faria muito mais gols.

Evérton – Tem boa técnica, excelente preparo físico e uma vontade de ganhar altíssima, contudo, talvez porque corra muito, pensa pouco, não aprendeu ainda que quem vai a linha de fundo cruza para trás, seus chutes normalmente não tem direção ou são a meia altura facilitando a defesa do goleiro. Seus números não são tão animadores quanto pensa a maioria da torcida, segundo o Clube até o final do primeiro turno tinha feito três gols e dado duas assistências, pouco para quem jogou 16 jogos e tem a bola em seus pés durante bom tempo na partida.

Deixei Paulo Baier por último, pois sei que haverá polêmica, sendo ele o ídolo da imensa maioria da torcida, tem excelente técnica, grande história no futebol brasileiro, habilidade, conhecimento do jogo, pessoa importante para o grupo, portanto tem mesmo que jogar. Mas como estamos analisando a eficiência dos jogadores, vamos aos números de Baier, chegou ao Atlético em 2009, não ajudou neste período a nos dar um título sequer, jogou inúmeros Atletibas, perdeu quase todos, além de ter feito um só gol nestes clássicos, jogo aliás, que perdemos para o adversário. Na verdade ganhou um só Atletiba, justamente no ano em que fomos rebaixados para a segunda divisão. Pelos números disponibilizados pelo clube, até o final do primeiro turno, jogou 15 partidas, fez quatro gols, sendo dois de pênalti e deu somente duas assistências, números parcos para quem tem a bola praticamente em todos os escanteios, faltas e jogadas de meio campo. Faz gols importantes, mas não são tantos assim. Além disto, como jogamos com três atacantes e ele não faz combate , os dois volantes se sobrecarregam, tomando inúmeros cartões desnecessários. Contratem um estatístico que avalie quantas faltas e escanteios bate por jogo, correlacione com os que terminam em gol e verão que seu aproveitamento é baixíssimo nestes quesitos, não sou eu quem digo, são os números. Acredito que outros jogadores como João Paulo e Everton teriam um aproveitamento melhor se pudessem ao menos de vez em quando bater uma faltinha ou um escanteio. Lembrem-se que nosso melhor jogo no campeonato, quando viramos em cima do Flamengo para 4 x 2, ele não estava em campo.

Quanto a ele ser o ídolo, todos temos que tê-los pois senão os jogos não teriam graça, eu prefiro idolatrar Flávio que ganhou 9 títulos em 8 anos de Atlético, Kléber que foi tricampeão paranaense, campeão da seletiva da Libertadores e campeão brasileiro, sendo artilheiro do time em todos estes campeonatos, Adriano Gabirú, que ganhou tudo no clube, Alex Mineiro, que fez 8 gols nas finais do Brasileiro de 2001, sem esquecer de Oséias, Washington, Assis e do ídolo de minha infância, Sicupira. Quanto ao Baier espero que melhore seus números e que possa nos dar ao menos um título para que ele venha fazer parte desta galeria de vencedores. Quem sabe ainda não dá tempo de ser este ano?

EM TEMPO: depois que o Mancini declarou, no programa Bem Amigos, a forma que o CAP joga, ficou mais difícil ganhar dos adversários, Santos, Vasco, Fluminense, Cruzeiro, Internacional e Vitória que o digam.



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