10 dez 2013 - 21h10

Domingos Moro: "O que vai acontecer não será definitivo"

O advogado do Atlético, Dr. Domingos Moro, demonstrou preocupação com o julgamento que o clube irá passar na próxima sexta-feira (13) no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

"(a denúncia) Ela não surpreende em função dos acontecimentos que se verificaram no domingo e pela repercussão que houve.
É inegável a repercussão internacional dos fatos e se esperava uma resposta do TJD. Essa resposta veio com uma serenidade muito grande, o que complica a defesa, porque quanto mais você afasta o julgamento da época do acontecimento dos fatos você minimiza às vezes um pouco a analise dos acontecidos, mas está marcado e vamos ter que enfrentar essas denúncias, que são variadas, relativas ao arremesso de objetos, as confusões na Arena Joinville, as faltas de condições da praça desportiva e ao descumprimento de regulamento. São muitas denúncias, uma tendência de um julgamento muito difícil, provavelmente com uma pena fora dos patamares da normalidade. Imagino que o tribunal vai querer dar uma satisfação nesse momento. Depois daremos continuidade com os prazos recursais, tentando ver o ajustamento definitivo dessas penas que eventualmente poderão ocorrer", explicou o advogado em entrevista à rádio CBN.

O advogado ainda citou sobre as punições em decorrência de casos de violências nas arquibancadas. "Está provado que perder mandos não resolve nada. Você transfere o local da briga, pura e simplesmente", opinou.

Moro explicou brevemente sobre o que pretende argumentar em sua defesa no tribunal. "Realmente é um problema em relação à partida com a ausência da polícia militar de Santa Catarina, o que aumentou a responsabilidade do mandante da partida. Agora temos que fazer uma análise mais profunda do efeito que essas punições estão tendo, qual a repercussão e o benefício que isto está trazendo e tentar o melhor resultado possível. É complicado porque os fatos estão muito vivos na memória de todo mundo", comentou à CBN.

A possível tentativa do Vasco em ganhar os pontos da partida, no "tapetão", foi analisado pelo advogado. "Tem essa notícia, ainda não confirmada de uma medida manejada pelo Vasco no sentido e buscar a alteração no resultado da partida, então não podemos deixar de estar atentos a isso, embora veja uma possibilidade juridesportiva reduzida desse intento, mas nos preocupa", disse.

Denunciado pelo procurador Rafael Fioravante Alves Vanzin, o Atlético pode ser punido com multa de até R$ 100 mil, poderia perder até 20 mandos de campo, pelo fato de ser reincidente. As possíveis penas foram comentadas por Domingos Moro. "A hora agora é ter calma em analisar aquilo que vai acontecer. E o que vai acontecer não será definitivo. Se tivermos um segundo julgamento pode quem sabe haver um resultado melhor, é preferível que o primeiro resultado seja pior. Se o primeiro for brando, pouca coisa vai mudar. Agora se o primeiro resultado for acima da média aí a possibilidade de amenizar algo é maior. Punição temos que entender que virá, não tem mágica ou ilusionista que faça essa punição não vir, os fatos foram graves e lamentáveis. Agora as equipes, tanto Vasco quanto Atlético são reincidentes, até o Vasco com penalidade dobrada em relação ao Atlético. Essa questão de reincidência vale pros dois lados. Os jornais do Rio estampam hoje três fotos de torcedores, entre aspas, do Vasco envolvidos nos acontecimentos de Brasília, no jogo contra o Corinthians, então não está sendo feito nada. A justiça pune, os clubes não têm mecanismos de evitar a entrada de certos torcedores nos estádios, mesmo proibidos. Falta uma legislação forte que resolva a parte prática. Enquanto não resolvermos vamos conviver com essas perdas de mandos, transferências de locais e portões fechados".

O afastamento temporário da torcida organizada Os Fanáticos dos jogos foi comentada pelo advogado. Para ele, a medida pode ajudar na defesa do clube. "Para esse processo vejo com alegria porque é um fato concreto que levarei ao tribunal e pode nos ajudar. De mesmice o tribunal e o esporte já está cheio. Como conseguimos resultados relativamente bons, nas defesas das punições ocorridas pelos jogos contra o Vitória e o Goiás? Porque não houve mesmice na defesa e nos argumentos. Temos que criar fatos novos e acho que a oportunidade de se repensar essa questão das organizadas é agora, pelo que aconteceu ao longo da temporada de 2013. Dos 20 clubes 18 tiveram problemas de brigas de torcedores. Algo tem que ser repensado. O comportamento dessas ditas organizadas têm causado um prejuízo muito grande aos clubes que elas dizem torcer. Acho que em muitos casos torcem para elas próprias", finalizou.



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