27 dez 2013 - 15h56

STJD nega impugnação do Vasco pela 3ª vez

O Vasco vai mesmo disputar a segunda divisão em 2014. Nesta sexta-feira, os auditores do pleno do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) recusaram o pedido do clube carioca para impugnação da partida contra o Atlético-PR e confirmaram a queda que já havia sido consumada nas 38 rodadas do torneio nacional. Na mesma sessão, a Portuguesa teve o rebaixamento confirmado e a punição ao Flamengo foi ratificada.

Foi a terceira negativa do tribunal ao Cruzmaltino, já que anteriormente o presidente do STJD, Flávio Zveiter, reprovou o pedido em duas ocasiões. Agora, o departamento jurídico analisa o caso e não descarta a possibilidade de ir à Justiça comum, além de fazer uma consulta na Fifa.

O clube carioca queria a impugnação do jogo por conta da briga generalizada nas arquibancadas da Arena Joinville. O Atlético-PR venceu por 5 a 1. Porém, o Vasco alegou falta de condições de segurança no documento entregue aos auditores. "Hoje temos 125 policiais aqui [no prédio do STJD, para o julgamento]. Os atletas e os torcedores que lá estavam não mereciam isso? Vamos escolher onde aplicar o regulamento? Só vale para o Vasco? Se o Vasco não entrasse a campo, responderia por W.O.", alegou a advogada do Vasco, Luciana Lopes.

A defesa também afirmou que o Cruzmaltino só voltou a campo por obrigação e atacou fortemente a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) por omissão ao marcar a partida para Joinville sem condições e estrutura para a realização da mesma. "Faço aqui um clamor ao procurador [Paulo Schimitt] para que as responsabilidades sejam divididas e a CBF apareça", apelou Luciana.

O Cruzmaltino recordou ainda o tempo excedente de paralisação ao regulamento por conta da confusão entre as torcidas. Foram 73 minutos de pausa, enquanto o artigo 21 do regulamento feito pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) estabelece um prazo de 30 minutos e mais 30 de acréscimo para situações desse tipo. E tentou tirar o foco sobre o resultado interferir na definição de quem cai para a segunda divisão. "Esse julgamento ultrapassa os limites de rebaixamento para a Série B. Nem a pessoa mais fria fica sem reação à barbárie do que aconteceu em Joinville. O Vasco não está aqui para tapetão ou virar a mesa. Que atleta poderia continuar aquele jogo? Nem um psicopata diria isso".

O Atlético-PR se defendeu através da tese de que não existia elementos jurídicos suficientes para impugnar o jogo e mudar o resultado e classificação da partida. "Não há o erro de direito, nem de fato. Correta ou não, houve uma decisão de uma pessoa que tinha o poder de decidir", disse o advogado do clube, Domingos Moro. O argumento foi prontamente acatado pelo tribunal. "Não cabe à Justiça Desportiva entrar no mérito se houve erro na determinação do Ministério Público e da Polícia Militar. Mas o relatório da Polícia deixa claro que a responsabilidade pela ausência dos oficiais não era do Atlético-PR", afirmou o relator Ronaldo Botelho Piacente.

Desta forma, o Vasco concentra-se no recurso de janeiro. Na ocasião, será julgada novamente a perda de oito mandos de campo dos cariocas e 12 do Atlético-PR – metade com portões fechados -, além das multas de R$ 80 mil e R$ 140 mil. A data da audiência ainda será divulgada.



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