Análise do jogo: Com mudança tática, Atlético venceu
Desde o último jogo oficial do Atlético, dia 8 de abril, ninguém sabia se o trabalho de Miguel Portugal poderia se desenvolver e se adaptar com as peças do elenco rubro-negro. Com os afastamentos e dispensas de jogadores, este técnico pôde entender um pouco mais dos seus atletas. Com isso, o esquema tático 4-4-2 em linha deixou de ser usado em boa parte desta partida contra o Grêmio (20) para ser utilizado o 4-3-1-2. Observe pelo flagrante a seguir, o posicionamento que o meio de campo atleticano apresentou por boa parte deste último jogo:
Atlético se defendendo com 4 defensores e 4 meio-campistas. Estes últimos posicionados em um losango [foto: reprodução]
Esta mudança do posicionamento fez com que Paulinho Dias, Deivid e João Paulo aumentassem os seus rendimentos em campo. Com um losango no meio, as subidas alternadas de Paulinho Dias e João Paulo ao ataque tiveram a devida proteção, Deivid facilitou a saída de três realizada junto com os zagueiros e Marcos Guilherme teve pouca função defensiva. Como percebe-se pelo posicionamento sem bola deste meia neste flagrante adiante do segundo tempo do jogo:
Com pouca função defensiva, Marcos Guilherme sempre se posicionou à frente dos três volantes atleticanos [foto: reprodução]
Por estar jogando fora, o Atlético iniciou pressionando a partida. Até os 15 do primeiro tempo, o time de Miguel Portugal realizou pressão desde a saída de bola adversária, apresentou grande intensidade ofensiva, não deixou o Grêmio sair do seu campo defensivo e teve facilidade em atacar pela direita com Paulinho Dias e Marcelo. Porém após o gol de Dráusio, aos 15 do primeiro tempo, o cenário da partida começou a se modificar.
Com a desvantagem no placar, o tricolor gaúcho passou a ter maior posse de bola (iria terminar com 60%) e empurrou o Atlético para trás de sua intermediária defensiva. Porém não conseguiu realizar o seu gol de empate. O 4-4-2 em linha que o Grêmio usou tinha em Zé Roberto a mudança de posicionamento. Sem a bola, este jogador se posicionava alinhado à Barcos e, assim, configurando o 4-4-2 em linha. Já com a bola, Zé Roberto recuava para a meia central. Deste modo, ele saia da marcação dos zagueiros do Atlético, mas ia em direção à Deivid. Mesmo com Zé Roberto mudando o esquema para o 4-2-3-1, o Grêmio não conseguiu entrar no sistema defensivo rubro-negro.
Atlético no 4-3-1-2 e Grêmio no 4-4-2 em linha [foto: reprodução]
Apesar de ter mantido o 1 x 0 até o fim do jogo, o lado esquerdo atleticano não apresentou um bom desempenho. Tanto em situação defensiva quanto ofensiva, Natanael não se entendeu com quem o ajudasse pela esquerda. Ao perceber que o lado esquerdo do Atlético não funcionava, Miguel Portugal colocou Lucas Olaza no lugar de Éderson, para que o primeiro pudesse marcar melhor aquele setor. Já Enderson Moreira, técnico do Grêmio, percebendo que o lado esquerdo do Furacão não se entendia, colocou os meias Rodriguinho e Éverton para cair por aquele lado do campo.
Com estas mudanças anteriormente citadas somadas às entradas de Otávio e Mosquito pelo lado do Atlético e de Léo Gago pelo do Grêmio, o Furacão, assim nos outros jogos deste ano, voltou a jogar no 4-4-2 em linha e o Tricolor Gaúcho a atuar no ofensivo 2-4-3-1.
Fim de partida: Atlético no 4-4-2 em linha 1 x 0 Grêmio no ofensivo 2-4-3-1[foto: reprodução]