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2 maio 2014 - 18h25

Mordendo o próprio rabo

Paciência. É tudo o que nos pedem. É só até terminar a arena e, aí sim, teremos condições de montar um time de categoria, apto a disputar tudo o que vier pela frente. Será?

É só terminar a arena, o que acontecerá já no mês de maio, quando será entregue à Fifa, ou depois virão mais e mais obras, como a areninha (será que a construção da areninha está implícita no complexo da arena?). E as consequentes dívidas com as obras faraônicas,não terão que ser pagas? se assim for, poderemos esperar um time competitivo daqui a uns 10 ou 15 anos.

Parece bem claro que as obras cegam os dirigentes atleticanos. Aceitemos que não podemos, no momento, investir em grandes atletas (a nível de seleção, como disse o delegado, só pode ser piada), para formar um time que represente bem as cores rubro negras (eu falei rubro negras, viu, Presidente, não cinzas), mas, custava ter feito um esforço, aí incluído até o ego maior do que o universo, para pelo menos manter aquele belo conjunto que tínhamos no ano passado e que nos levou, nada mais, nada menos,do que à Libertadores da América?

Como se não bastasse essa má vontade,pega-se os dois únicos bons remanescentes e os coloca na geladeira,casos de Weverton e Manoel. Marcelo está correndo um sério risco, tendo voltado a jogar bem; Ederson pode ficar tranquilo, com a futebol que (não) está jogando.

O caso do Manoel, então, é mais esdrúxulo ainda. Dizem que ele quer sair do time. Se é assim, qual a melhor maneira, deixá-lo jogando e negociá-lo por um valor em alta, ou bani-lo do elenco e vendê-lo desvalorizado? soube que o Santos deu gargalhadas, quando viu o valor pedido pelo Cap.

‘Naming rights’, o nome da moda, qual a grande multinacional que se interessará em colocar o seu nome em uma arena cujo time seja de quinta categoria? lembram-se da Kyocera, que rendeu grandes receitas ao clube? tínhamos um timaço,campeão do Brasil e vice da Libertadores, metíamos medo em quem se aventurasse na nossa frente. A Kyocera tinha o seu nome visto em todo lugar. Agora me digam: a Kyocera daria o seu nome hoje a Arena, sabendo que a intenção da diretoria é manter um time pequeno, a longo prazo?

Mais sócios é o que nos pedem cotidianamente. Agora, qual o estímulo que dão aos torcedores, com esse time que aí está, para que se associem?

Estamos que nem aquele cachorro, que quer morder o próprio rabo. Sem receita, não podemos construir um bom time, nem siquer manter um,com uma certa dose de criatividade e, sobretudo, de humildade, e sem um bom time não temos receita.

Não me venham com essa de receita de shows de rock. Se era para construir uma arena monumental, pintá-la de cinza, para shows musicais, eu preferiria estar no meu velho Joaquim Américo, com Bellini e Djalma Santos no time.



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