O marketing atleticano
Na qualidade de sócio adimplente há quase 8 anos, ainda que more longe de Curitiba e consiga ir a poucos jogos, mais fora de casa do que no nosso (arrefecido) Caldeirão, gostaria de expor alguns questionamentos sobre o marketing atleticano.
Inicialmente, indago qual é a meta do nosso marketing?
Se consistir na obtenção anual do prêmio Top of Mind, o Sr. Mauro Hollzmann vem cumprindo com louvor. Não importa se tal premiação é promovida pela pouco conhecida Revista Amanhã, com tiragem média de 50.000 exemplares.
Os louros não são merecidos, porém, se levarmos em consideração que nos últimos anos o marketing futebolístico se transformou num verdadeiro divisor de águas, por ser uma fonte de receitas no cenário atual e futuro dos clubes.
Tem-se que, hoje em dia, num clube de futebol minimamente ambicioso e profissionalizado, o departamento de futebol contrata jogadores e paga salários, competindo com outros clubes de seu porte. Em paralelo, o marketing torna isso financeiramente viável e promove, num trabalho de longo prazo, uma imagem para a marca que, independente desempenho técnico (leia-se títulos), aufira receita perene ao clube.
O desafio, portanto, é formar uma marca forte e desejada.
É inegável que a marca do Atlético (jamais chamarei meu clube de CÁPi) teve uma enorme expansão entre os anos 96 a 2005, mas nos últimos 10 anos, qual o resultado financeiro auferido pelo nosso marketing?
Quantos reais entraram no nosso caixa?
Quantos reais saíram?
Qual o custo mensal do marketing rubro-negro, incluindo salários de seus Diretores?
Nosso plano de sócios, que sempre privilegiou qualidade ($$$) a quantidade, nunca decolou. Pelo contrário, em que pese notória, a relação direta entre time competitivo e associações parece ser ignorada pela Direção atleticana.
Exemplos de sucesso não faltam: o pioneiro Inter-RS passou de 100.000 sócios com times fortes, títulos importantes e um plano de sócios que abrange TODAS as classes sociais.
Recentemente, o Palmeiras promoveu um boom de associações, baseado numa arena nova e na montagem de um time forte.
Ainda que nosso marketing negue, somos um clube de futebol. O futebol precisa ser a motriz de TUDO no clube. Um belo estádio não cruza, não chuta, não ataca, não faz gol.
Mas um belo estádio, com cobertura retrátil, pode sim trazer shows e outros eventos lucrativos, que pagam jogadores de bom nível, capazes de cruzar com perfeição, chutar bem uma bola, atacar, chamar a torcida para o jogo, fazer gols.
E o que nosso marketing faz para usar o potencial da única Arena com teto retrátil na América Latina?
NADA.
Nada, porque trocou um protocolo de intenções com a maior empresa promotora de eventos do mundo (AEG), pela virgem e simplória G3 United, que sequer mantém um site na internet.
É essa a visão de gestão profissionalizada em todos os departamentos, bradada em vermelho e preto há 20 anos?
Enfim, o Atlético precisa assumir que é um clube médio de futebol, com aspirações maiores, e não um CÁPi Gigante que não ganha nada, come chuchu e arrota caviar.