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20 abr 2015 - 11h21

O marketing atleticano

Na qualidade de sócio adimplente há quase 8 anos, ainda que more longe de Curitiba e consiga ir a poucos jogos, mais fora de casa do que no nosso (arrefecido) Caldeirão, gostaria de expor alguns questionamentos sobre o marketing atleticano.

Inicialmente, indago qual é a meta do nosso marketing?

Se consistir na obtenção anual do prêmio Top of Mind, o Sr. Mauro Hollzmann vem cumprindo com louvor. Não importa se tal premiação é promovida pela pouco conhecida Revista Amanhã, com tiragem média de 50.000 exemplares.

Os louros não são merecidos, porém, se levarmos em consideração que nos últimos anos o marketing futebolístico se transformou num verdadeiro divisor de águas, por ser uma fonte de receitas no cenário atual e futuro dos clubes.

Tem-se que, hoje em dia, num clube de futebol minimamente ambicioso e profissionalizado, o departamento de futebol contrata jogadores e paga salários, competindo com outros clubes de seu porte. Em paralelo, o marketing torna isso financeiramente viável e promove, num trabalho de longo prazo, uma imagem para a marca que, independente desempenho técnico (leia-se títulos), aufira receita perene ao clube.

O desafio, portanto, é formar uma marca forte e desejada.

É inegável que a marca do Atlético (jamais chamarei meu clube de CÁPi) teve uma enorme expansão entre os anos 96 a 2005, mas nos últimos 10 anos, qual o resultado financeiro auferido pelo nosso marketing?

Quantos reais entraram no nosso caixa?

Quantos reais saíram?

Qual o custo mensal do marketing rubro-negro, incluindo salários de seus Diretores?

Nosso plano de sócios, que sempre privilegiou qualidade ($$$) a quantidade, nunca decolou. Pelo contrário, em que pese notória, a relação direta entre time competitivo e associações parece ser ignorada pela Direção atleticana.

Exemplos de sucesso não faltam: o pioneiro Inter-RS passou de 100.000 sócios com times fortes, títulos importantes e um plano de sócios que abrange TODAS as classes sociais.

Recentemente, o Palmeiras promoveu um boom de associações, baseado numa arena nova e na montagem de um time forte.

Ainda que nosso marketing negue, somos um clube de futebol. O futebol precisa ser a motriz de TUDO no clube. Um belo estádio não cruza, não chuta, não ataca, não faz gol.

Mas um belo estádio, com cobertura retrátil, pode sim trazer shows e outros eventos lucrativos, que pagam jogadores de bom nível, capazes de cruzar com perfeição, chutar bem uma bola, atacar, “chamar” a torcida para o jogo, fazer gols.

E o que nosso marketing faz para usar o potencial da única Arena com teto retrátil na América Latina?
NADA.

Nada, porque trocou um protocolo de intenções com a maior empresa promotora de eventos do mundo (AEG), pela “virgem” e simplória G3 United, que sequer mantém um site na internet.

É essa a visão de gestão profissionalizada em todos os departamentos, bradada em vermelho e preto há 20 anos?

Enfim, o Atlético precisa assumir que é um clube médio de futebol, com aspirações maiores, e não um CÁPi Gigante que não ganha nada, come chuchu e arrota caviar.



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