Sangue forte
Salvo aqueles apitados por Héber Roberto Lopes, os Atletibas em geral tem um resultado justo. Basta analisar os dois realizados este ano, ambos na Arena da Baixada. No primeiro um Coritiba inteligente, que soube explorar as fragilidades do Atlético, teve muito mais presença em campo e saiu vencedor sem contestação. No outro um Atlético insinuante, vibrante e que sufocou o rival do primeiro ao último minuto e por isso mesmo saiu vencedor com méritos.
E neste ponto é que o Atlético deve se focar. Time por time os elencos se equivalem, mas o Atlético além de ter alguns valores individuais inquestionavelmente superiores ao adversário como Weverton, Otávio, Nikão e Walter tem vantagem no placar e vai moralmente mais forte para o jogo.
Um jogo que tem tudo para entrar para a história. Infelizmente no seio atleticano foi plantado um ufanismo em se menosprezar o estadual e diminuir a rivalidade com o Coritiba, algo importante e saudável. Afinal, se não cantas de galo no próprio terreiro, como querer se impor fora daqui? Besteira! Vencer o coxa sempre foi e sempre será especial e diferente e essa rivalidade é mais do que sadia.
Sem vencer no Couto Pereira há muito tempo, sem levantar um caneco há mais de meia década, vindo de resultados amargos na maioria dos últimos clássicos o Atlético precisa mostrar a si mesmo que seu crescimento financeiro, patrimonial e seu exemplo de gestão também trazem retorno dentro de campo, que é onde verdadeiramente importa. Ou alguém vai buscar o contador e diretor financeiro do clube no aeroporto e vem com eles no caminhão dos Bombeiros comemorando mais um balanço positivo? Ou antes de entregarem o troféu para o Palmeiras campeão da Copa do Brasil algum auditor pede pra ver a contabilidade do clube e averiguar se o time está no azul e daí sim pode levantar o caneco?
Futebol é bola na rede, é vitória, é mostrar gana de vencer. Obviamente nem sempre se ganha, mas o clube tem obrigação de entrar em campo pensando nisso. Ser um clube obcecado pela vitória, lutar por ela como que pelo último prato de comida.
É esse Atlético de sangue forte que queremos em campo domingo. Haja o que houver estaremos sempre contigo rubro-negro, mas queremos ver essa gana de vencer no rosto, no bico da chuteira, no beijo no escudo de cada um de vocês. Vocês domingo não são somente onze, vocês são uma legião, uma nação de sei lá quantos milhões de pessoas que querem que domingo fique para sempre na história.
Confiamos em vocês!