23 fev 2017 - 11h37

"Um Furacão do tamanho da América", por Rogério Andrade

Um Furacão do tamanho da América

Não poderia ser diferente. Foi suado, foi angustiante, foi sofrido. Do jeitinho que o atleticano conhece. E como conhece!

Vamos voltar um pouco no tempo. Baixada, noite de 15 de fevereiro de 2017. Tínhamos pela frente um time desconhecido, porém embalado por ter “aprontado” fora de casa contra o time peruano. Era uma incógnita, até Gedoz explodir as redes do goleiro paraguaio. Ufa, dessa vez vamos respirar mais aliviados e vamos garantir o placar aqui. Pronto, simples assim.

Simples? Não, estamos tratando de Atlético, e quando tratamos de Atlético, às vezes, o coração dá uma enroscada. Ao final do primeiro tempo, veio o empate. Um balde de água fria. Não pode ser! Tomar gol em casa é complicado. Tudo bem, importante é vencer em casa, temos todo o segundo tempo pela frente. Engano, meu amigo. Levamos a virada e as duas mãos sobre a cabeça começaram a mudar o ritmo da batida. Não é possível!

Sim, era possível. Gedoz estufou as redes mais uma vez. A Baixada explodiu e a virada era questão de tempo. E foi. O gol de Pablo fez muito atleticano tropeçar nas cadeiras, abraçar o cara de baixo, o tiozinho de cima e a senhorinha ao lado. O povo enlouqueceu. Ufa! E dá pra fazer mais um. Não, não dá mais. Gol do Capiatá. Acabou. O sentimento de derrota tomou conta de cada atleticano que deixava a Baixada. “Complicou”, já dizia a capa da Furacao.com!

Chegou a noite de 22 de fevereiro de 2017. Coração na boca, do início ao fim. Ah, esse Atlético ainda me mata!

Lucho González fez a nação acreditar que dá! Dá sim! E dá pra fazer mais um e matar o jogo. Mas somos atleticanos, lembram? E os paraguaios cansaram, acusaram o golpe e nos deram o segundo gol de bandeja. Não, somos atleticanos, não vamos fazer. Vamos sofrer até o fim.

Por favor Atlético, não faz mais isso. Não há coração que aguente.

Fim de jogo! É lindo o meu Atlético! E como é bom ser atleticano!

Uma vitória do tamanho do Furacão. Um Furacão do tamanho da América!

Que venha a fase de grupos. Pra cima, Atlético!

Rogério Andrade, 45 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.



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