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7 nov 2017 - 10h17

Clube Atlético Brazil

Ódio. Elemento cultural de caráter soberano, cujos sinônimos lhe são todos súditos. Energia, de polaridade negativa, mas muito empregada nas relações sociais no sentido de se conquistar aquilo que se quer, ou seja, em nome do interesse próprio. Tem natureza fluídica, a ser expelido das mais variadas formas possíveis. Desde uma simples fala (pela saliva) até uma medida legislativa, frutos do poder ou da sensação deste em exercício.

Uma vez presente, integra a personalidade do indivíduo, cuja exteriorização se faz necessária frequentemente, seja por mera autoafirmação, seja para demonstração do comando daquele poder, feito cão que demarca território. Sempre que ouvimos conselhos para tomarmos cuidados com fulano ou beltrano, é sinal de que o ódio é um dos seus pilares. Numa sociedade onde prevalece o sistema classista, isto é, a luta de classes, o ódio é quase que tangível. Mensurável através das atitudes, comportamentos, condutas e ações por parte dos detentores de alguma espécie de poder.

Seu viés ditatorial, déspota, draconiano e tantos outros adjetivos com a letra D, suprime uma das mais importantes formas de relacionamento entre os integrantes de uma sociedade: o diálogo. Quando investido no comando, o ser odioso afasta todo tipo de intersubjetividade, em prol do seu interesse particular, privado, pessoal e tantos outros adjetivos com a letra P.

Ações impopulares, são as mais evidentes provas da presença do ódio naquele que foi o agente tomador da ação. Digamos que o ódio é a base estrutural dos indivíduos odiosos, sendo que, seus sinônimos, o acompanham secundariamente. Neste caso, é o preconceito que, amalgamado ao ódio, faz do CAP um tamanho paradoxo empresarial: muita estrutura para pouca gestão.

Elitismo, segregação, soberba, malevolência, rancor, animosidade, fastio e aversão são as sensações emanadas da diretoria do Clube, odiosa por excelência. No popular, o ódio cega. E como cresceram imbuídos de ódio, diante da megaestrutura outrora inimaginável, perderam-se no quesito gerencial da coisa, pois não estavam preparados eticamente para criar um Clube com a envergadura material e profissional atingida. Tudo, porque o guindaste é feito de ódio.

Ódio e preconceito que alimentam a luta de classes, que aumentam a desigualdade social, que neutralizam o civismo, que alienam as raízes. O CAP hoje, é o mais fiel retrato da sociedade em que vivemos: comando elitista + incompetência + segregação social.

Mudança de escudo? Aproveitem e mudem o nome, pois isso aí há tempos não é mais o Clube Atlético Paranaense. Que tal CAB? Clube Atlético Brazil? Com Z mesmo, este que está sendo entregue ao estrangeiro ao mesmo tempo em que se promove o alijamento do seu povo dos seus direitos, de seu potencial e de sua emancipação.

Autuori não é um testa de ferro. Autuori cumpre o papel do marketing, ou seja, um importante aliado midiático do fascismo comandatário, a defender-lhe interesses privados. Um sujeito com um passado vencedor, hoje não passa de um conservador ultrapassado, cuja eloquência e arrogância o mantém no cargo com um bom salário. Em nome do falso discurso da “transição”, cujo resultado não passa da escalação de Pablo e Coutinho, que já rodaram o mundo, ninguém quis e voltaram para justificar a existência das diversas categorias de base, que vendem apenas um Hernani por ano e consideram Pablo e Coutinho e Deivid e Cleberson, bons frutos da tal “transição”. Enquanto isso Rosseto virou iô-iô e Matheus Anjos esquenta o banco.

Trouxeram um treinador laranja, que não entende de futebol brasileiro. Mas ele pode ser manipulado e não corre risco de se tornar ídolo, isso aqui é proibido. Quando Valter começou a jogar bem, vazou. Gedoz é preterido, pelo mesmo motivo. Estamos a 4 pontos dos coxas, fomos ultrapassados por Vasco, São Paulo e Bahia. Mas estamos jogando bem, segundo o estranho estrangeiro.

Em quase quarenta anos, eu havia perdido apenas um jogo do Atlético, contra um time no interior do Mato Grosso pela Copa do Brasil, porque não havia nem transmissão de rádio, Vinícius fez gol, parece que foi 2×2, não me recordo. Ontem, não assisti o jogo contra o Cruzeiro. Mas porque eu não quis. Não me identifico mais com essa equipe, comandada por uma diretoria que me expulsou do quadro associativo majorando em 50% a mensalidade, oferecendo como solução, o deslocamento para as curvas. Não é o preço, é a atitude. Até acho barato demais, mas a questão é moral.

Esses caras, preconceituosos elitistas, odeiam os Atleticanos. Pois os interesses dos Atleticanos, é diferentes dos interesses particulares deles. Por isso, mandam e desmandam, a hora que bem entenderem, danem-se os contratos, são de adesão mesmo. Quem não gostar, que vá para a praça.

Isso não é silogismo. É reflexão. Basta lembrar que musicistas, voleibolistas, valetudistas, evangelistas e paranistas, têm maior e melhor consideração por parte deles do que para com a própria torcida (e não falo da organizada, cujo herói é um justiceiro).

Moral da história: A Arena não foi construída para nós. Nem para o futebol do Clube Atlético Paranaense.

É um estádio com a cor do ódio.

O Clube Atlético Brazil é cinza, preto e branco…



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