Velha e querida Baixada
O ano era 1996, Campeonato Brasileiro e o jogo era contra o Botafogo. A velha e querida Baixada lotada, pois aquele timaço empolgava a torcida rubro-negra. Confesso que nunca vi a mesma gritar com tanto entusiamo como aquela noite, e o gol nada de sair, até que veio o petardo certeiro do zagueirão Jorge Luiz. A massa delirou, e eu junto subi no alambrado, estava completamente fanático e extasiado, que emoção, que tesão.
Confesso que o título de 2001 foi o ápice para mim e para todos os rubro-negros, mas aquela mística de entrar na velha e querida Baixada, com seu tobogã e a torcida com suas bandeiras e gritos ensurdecedores que intimidavam os times adversários, aquela magia toda infelizmente acabou, veio a nova e moderna Arena, com suas lojas, academia, churrascaria e agora com o seu Sport Bar, Business Center e o que falar então do Cigar Club.
O time que antes era do povão passará a ser o time dos ricos e milionários, hoje pagamos R$ 15,00 para ver o nosso Furacão, futuramente se quisermos ter esse prazer teremos que pagar o dobro, o triplo….
O time que antes era empurrado por uma massa enlouquecida de amor, dará lugar a um time empurrado pelo silêncio das sociais, pois vamos falar a verdade, o nosso Furacão está aí para o Brasil todo, graças a torcida rubro-negra da arquibancada, da geral, daquela que fica rouca de tanto gritar o nome do nosso Furacão.
Atleticanos em geral, não deixem que o time do povão acabe. Buscar receitas tudo bem, para ser um time grande é necessário pensar grande, mas querer que a nossa velha e querida Baixada vire um shopping center para a elite curitibana passear nos finais de semana, pelo amor de Deus, não!
P.S. Aos amigos da Furacao.com, espero que meu texto seja publicado, não com o intuito de querer aparecer, mas com a esperança que minha indignação cause alguma consternação naqueles que dirigem meu amado time.