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4 dez 2003 - 16h40

Tempo

Dias atrás tive grande satisfação em ver o nosso querido pentacampeão Kleberson anotar o seu primeiro tento jogando com a camisa do Manchester United contra o Blackburn Rovers, se não me engano. Assisti na rodada seguinte do campeonato inglês o clássico contra o Chelsea. O time do Xaropinho perdeu, mas ele entrou nos 20 minutos finais e com seu futebol moderno deu outra movimentação a sua equipe, que quase conseguiu o empate. Desejo toda a sorte do mundo a “Kleb”, como é chamado por lá, no seu retorno após a contusão.

Ver Kleberson jogando me fez lembrar do timaço de 2001. Flávio, Gustavo, Nem e Rogério Corrêa; Alessandro, Cocito, Kleberson, Adriano (ou Souza) e Fabiano; Alex Mineiro e Kleber. Lembrei também de algumas pessoas falando sobre qual seria o maior Atlético de todos os tempos aqui neste mesmo site. Inclusive Carneiro Neto, em belíssima entrevista ao Furacao.com. Ele citou o time de 83 como o maior. Sem dúvida foi um fantástico time. Apesar de eu ter apenas 10 anos na época, me lembro bem. A vitória contra o São Paulo nas quartas de final com gol de Assis marcou minha infância. Outros citaram o de 96. Outros o de 95. Até o de 68. Tardiamente, resolvi manifestar a minha singela opinião: o maior Atlético de todos os tempo é o de 2001.

Aquele time conseguia vitórias expressivas, buscava resultados sob placares adversos, venceu jogos dificílimos, jogando contra todos os clubes envolvidos no campeonato. E mesmo assim foi campeão, com o maior número de pontos e de gols. Teve um jogador que no ano seguinte seria campeão mundial de futebol pela Seleção, três jogadores como “Bola de Prata” e o “Bola de Ouro” do campeonato, além do “Chuteira de Ouro”, o artilheiro do ano no Brasil, Kleber. Durante a jornada fez jogos históricos, só para citar alguns, o inesquecível 6 x 3 contra o Bahia, ou 5 a 1 de virada contra a Ponte em Campinas, 4 x 2 contra o Vitória em Salvador e todos os incríveis jogos das finais. O golaço com tabela entre Souza e Alex foi uma pintura. Depois, taça na mão e o título tão sonhado alcançado.

Por ser recente, algumas pessoas não conseguem ver aquele time como o maior. O de 83, sem nenhum demérito ao espetacular timão de Roberto Costa, Nivaldo, Lino, Capitão, Jorge Luís, Assis e Washington, entre outros grandes valores, fez bem menos jogos até chegar na semifinal e contra adversários mais limitados, até encontrar o quase imbatível Flamengo, que derrotamos bem em casa, mas quis o destino que a vaga ficasse com os cariocas. Mas o tempo fará daquele time Campeão Brasileiro maior que todos os anteriores. As pessoas tendem a gostar mais daquilo que fica no passado, pois a saudade é um dos temperos da vida. No futuro, quando recordarmos com saudosismo, lembraremos daquele grande Furacão, o maior até então. Lembraremos do frisson nas ruas de Curitiba, lembraremos que nenhum time antes teve um jogador que atingiu um nível de excelência como Kleberson, lembraremos do sofrido jogo contra o odiado Fluminense na semifinal e também que nenhum outro time do CAP conquistou tanta coisa antes. O tempo dirá.

Voltando ao presente, finalmente começamos a ter um time com cara de vencedor. As peças vão se encaixando, e aos poucos vai aparecendo um Atlético com jeito de superar o de 2001. O nosso clube está em trajetória ascendente, na toada certa para concretizar o projeto de ser o maior clube do país, embora muitos pessimistas apostem numa fantasiosa decadência. Daqui para a frente acredito na formação de times ainda mais vencedores e talentosos. Para começar, poderemos fazer um grande papel na Sul-Americana 2004, torneio que já é, na minha opinião, uma realidade. Os jovens craques estão se firmando, assim como Mário Sérgio no comando. O saudosismo é gostoso, mas a perspectiva de um grande futuro é um grande fator de motivação para toda a torcida Rubro-Negra. Feliz 2004 a todos os Atleticanos.

Saudações Rubro-Negras a todos que estão se divertindo com a já prevista queda “verde”. Nos vemos na Sul-Americana.



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