Torcedor consumidor: serei um
Em mais uma ousada estratégia, o CAP (por seus mandantes) lança uma pacote a preços elitizados e diz que conta com a paixão, o amor de sua fiel torcida. Pede que o torcedor colabore com o clube, que seja um consumidor. Gostei da idéia!
O quê? Você deve estar pensando agora, esse cara “tá loco”, enquanto todos criticam ele gosta da idéia? Sim gostei mesmo.
Há muito tempo o futebol deixou de ser amor e passou a ser “profissional” (para não dizer mercenário) dentro das estruturas dos times, o amor e a paixão ficou só para a torcida. E cada vez mais os dirigentes (principalmente do CAP) desdenham dos interesses da torcida, por esse motivo, a partir de hoje me declaro um “consumidor de futebol”.
Parafraseando uma canção do grupo O Rappa “Eu quero ver futebol, eu quero ver futebol, não precisa ser do meu time eu quero ver futebol”. É com tristeza que passo a agir assim, porque desde que me conheço por gente sou atleticano, mas tenho que agir conforme a racionalidade que Deus me concedeu para conquistar os meus interesses. Paixão e amor eu devo à Deus e à minha família, o que eu ganho pagando trinta reais, ou num mega desconto 25? Minutos de alegria no máximo. Enquanto dirigentes assumem dívidas, parcerias, alugam CT (dizem ser auto sustentável) e salários exorbitantes a jogadores medíocres, só eu torcedor é que tenho que pagar a conta?
Que saudades do velho Farinhacão (o estádio) lá era aconchegante caldeirão mesmo, mas nos “deram” a Arena. Só que agora eu sou consumidor, e como consumidor eu tenho que primar pelo meu bolso e meu gosto. Então, seu eu quiser comprar uma camisa de um clube de futebol, eu vou à loja se a do CAP for a mais bonita e tiver um preço acessível, eu compro, se não, eu compro do Central de Caruaru, do Remo ou do ABC de Natal. Se eu quiser ver um jogo no estádio, vou no que eu tiver condições de pagar, não importa se for Paraná e Payssandu, Iraty e Malutron. For tocar em Iraty, enquanto na “Arena” mendigamos camisas após jogos ou treinos e amistosos ganhei duas camisas do Iraty, pois seu diretor pensa em cativar torcedores, diferente de outros.
No dia do aniversário do CAP, usarei uma camisa toda autografada que ganhei num sorteio, mas com uma faixa preta no braço, porque estarei de luto por ser impedido de torcer no estádio pelo CAP a quem tanto amei. É isso, desculpem a minha revolta, mas como escrevi acima, achei excelente a idéia de ser consumidor, tenho certeza que me divertirei mais, logo serei mais feliz e não terei nunca problemas do coração.