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24 nov 2004 - 17h39

Premonição ou mera coincidência?

O ano em curso (2004) estava apenas se iniciando (sinceramente, não lembro o mês) e eu, juntamente com minha mulher Maria Cristina, fui à Clinica do doutor Constantini para levar um exame médico que me havia sido solicitado por meu cardiologista, doutor Marco A. Lacerda, que também lá presta seus serviços profissionais. Lembro-me também de que, nesse mesmo dia, encontrei no interior do prédio meu colega de profissão José Deliberador, que lá estava acompanhando seu pai por ocasião de uma consulta de rotina.

Cumprida a missão, estava eu saindo do prédio quando, na porta da frente da Clínica, vislumbrei a presença de alguém muito alto, de braços cruzados e com uma fisionomia que não me era nada estranha, olhando firme o horizonte e com um semblante de inigualável confiança. Cumprimentei-o normalmente e por ele passei (Maria Cristina estava a minha frente). Repentinamente, parei e me voltei para aquele moço, percebendo que se tratava de Washington; ele mesmo, o nosso “Coração Valente”. Como rubro-negro doente incurável (jamais paciente terminal), chamei minha mulher, dizendo-lhe que eu precisava apresentar-lhe alguém que seria muito importante para nós todos durante o ano em curso.

Ela se voltou, aproximou-se de mim e do Washington e, ainda sem entender direito o que estava se passando, escutou de mim as seguintes palavras: “Cristina, você conhece este moço?”. Não, respondeu ela. Disse-lhe a seguir: “Este moço é o Washington, o maior centro-avante do Brasil e que será, este ano, o artilheiro do campeonato nacional e campeão brasileiro pelo Atlético”. O Washington descruzou os braços, sorriu alva e simpaticamente e disse: “Tomara que isso venha mesmo a acontecer. Obrigado pela confiança”. Depois disso, despedimo-nos rapidamente dele e dali nos ausentamos, tomando o rumo de nossa casa. O resto da estória, ou, pelo menos, boa parte desse resto (a maior parte dele), todos conhecem. A única coisa que ainda está faltando (é questão de dias, com toda a certeza), é a conquista do campeonato (no caso, o nosso desejado bicampeonato nacional).

Se isso tudo foi apenas coincidência, que tudo, absolutamente tudo efetivamente coincida; se foi premonição, tanto melhor: já somos bicampeões brasileiros. De qualquer sorte, porém, a realidade e a verdade maiores estão ligadas ao próprio Washington, que já é, por antecipação, o nosso eterno e inolvidável bicampeão. É isso aí, “Coração Valente”. A partir de agora, principalmente -como até então tem sido-, será você o principal responsável pelas batidas fortes e cada vez mais felizes dos milhares e milhares de corações rubro-negros que unissonamente parecem já significar, aos ouvidos mais apurados, uma mensagem que permanece no ar, dizendo: o (tum)-bri(tum)-ga(tum)-do(tum) -tão-só pelo que você já fez-. Sabedoria, Justiça, Fé e Coragem -alguém já disse-, são as quatro colunas que propiciam o sucesso. Você, jovem Washington, em última análise, é a síntese personificada dessa inelutável afirmação.



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