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13 dez 2004 - 16h59

A vida segue

Tristeza. Nada mais do que isso. A cabeça inchada é lembrança da tragédia de Erechim. Perdemos o título ali. Hoje, o sentimento é outro. Não há raiva, nem a certeza de que poderia ter sido de outro jeito, nem a ilusão de que o nosso inconformismo seria capaz de mudar o resultado. Não há vontade de nada, agora. Tristeza foi o que restou. Mas ficam os bons momentos. A esperança que se renovou, as filas quilométricas na Baixada, os minutos de decisão, a alegria contagiante, os lances mágicos que nos encheram de orgulho e encanto. Foi bom estarmos vivos para ver. E nós vimos e nos emocionamos. É o que importa.

Conseguimos superar dificuldades, as limitações do time e a arrogância da diretoria. Reconhecemos o trabalho que se fez no clube e nos unimos. Por isso, um futuro bom nos espera. Os outros, que riem do nosso tropeço (porque nada mais lhes sobrou além da inveja crônica), que fiquem à vontade para exibir a sua mediocridade e o seu rancor. Eles são pequenos. Nós seguimos a estrada das novas conquistas. Estaremos juntos outra vez, no domingo. Com a cabeça erguida e o coração em paz. Seremos bicampeões. Se não for no próximo jogo ou no próximo ano, não faz mal. O tempo é um mistério. Nosso prêmio é a certeza de que a vitória está perto, é uma possibilidade concreta. Bicampeões. Basta que sejamos nós mesmos, atleticanos e discípulos da paixão sem limite. No mais, a vida segue, como deve ser.



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