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11 abr 2005 - 13h17

Perto de um novo fracasso

Não me parece exagero afirmar que o nosso projeto de vida está muito além das pretensões pequenas dos antigos rivais. Há uma distância considerável entre os objetivos de cada um. Mas essa diferença, que nos aproxima da grandeza, não elimina os muitos equívocos que vêm sendo cometidos pela direção do Atlético. Não é por acaso que, no segundo estágio da era MCP, que consolidou o personalismo, colocou no exílio antigos colaboradores e desprezou a paixão da torcida, estejamos acumulando fracassos dentro de campo. Proclamamo-nos os mais modernos, os inovadores, a sensação do “mercado”. Ao mesmo tempo, porém, jogamos fora um título atrás do outro. E ganhar faz parte do futebol. Tem que ser assim, em qualquer circunstância, em qualquer partida, em todos os instantes que fazem a história do clube. Tem quer ser assim nos países ricos do Velho Mundo ou nos rincões miseráveis da América Latina.

Ainda que a disputa seja pelo melancólico e severiano campeonato paranaense, é preciso vontade de ser campeão. Uma vontade que não aparece nos domínios rubro-negros, dentro e fora de campo. Vivemos de negócios milionários, anúncios de transações espetaculares… e de um punhado de arrogância. Não preciso recordar os fatos que envolveram a tragédia de um ano atrás, quando entregamos, de bandeja, um título estadual aos nossos inimigos. Vou ficar nos acontecimentos de agora. Desde o início do campeonato, as manifestações da diretoria têm sido de completa antipatia pela competição – que é fraca, sem dúvida. O “presidente” Fleury, com seu discurso vazio e pernóstico, em nenhum momento incluiu a conquista do título como prioridade para 2005. E ainda se aventurou, nas vésperas da decisão, a ironizar o adversário, afirmando que o estadual é a sua única esperança. De fato, a mediocridade toma conta dos lados de lá. Só que ela ameaça prevalecer, pela segunda vez consecutiva, numa decisão em nosso estádio. Mais um recorde negativo da “administração-modelo”. Para mim, isso não é pouco. Os objetivos deles, os inimigos, estão sendo atingidos à custa da nossa incompetência. E os nossos objetivos, quais são? Até onde vai o projeto elitista da dupla MCP-Fleury? Quantos dinheiros serão embolsados por empresários, procuradores e outros picaretas sem que nós, mortais e apaixonados, tenhamos de volta a alegria de uma vitória? Quais serão as novas medidas destinadas a expulsar os torcedores de um estádio que lhes pertence por direito e afinidade?

O campeonato não acabou, dirão os otimistas. Pode ser. Da minha parte, resta pouca fé. Quase não acredito mais, ainda que me disponha a ir à Baixada no domingo. Não enxergo Fleury, MCP e seus sabujos com uma faixa no peito. Vejo-os apenas contando seus metais, sem emoção. No ano passado, éramos infinitamente superiores e conseguimos perder. Este ano, somos um pouco melhores do que os rivais. Mesmo assim, perdemos de novo. A explicação talvez seja simples: eles lutam por um objetivo, ainda que pequeno; nossa diretoria abandonou o futebol do Atlético, imaginando estar na Europa das luzes e da moeda unificada.

De fracasso em fracasso, seguimos sendo os melhores do Estado. Mas estamos num mau caminho. Não chegaremos a conquistas grandiosas se não nos dedicarmos, com igual intensidade, às competições menores. Essa é a realidade que MCP-Fleury não enxergam. Seus olhares estão perturbados pela ganância sem limites, pela ilusão de um sonho megalômano. Nisso tudo, o que mais irrita é a falta de vergonha. Consumado o vexame da largada, Fleury, o obediente, deu entrevistas a rádios da Capital para “exigir” o apoio dos torcedores no segundo jogo. Isso mesmo! Eles, que proíbem tudo e nos retiram o direito à alegria e à liberdade, reclamam o nosso apoio. Um apoio que nunca foi negado às cores que amamos. Será que eles não são capazes de entender isso? Ou será que esperam de nós apenas o silêncio? Não sei responder. Tudo parece complexo ultimamente. Mas ainda creio ser possível recuperar a simplicidade perdida. Eles, os modernos, os empreendedores de araque, que vão lamber sabão! Só quero o meu Atlético de volta!



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