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8 maio 2005 - 12h12

Vamos falar de futebol? – Parte I

E como é bom falar de futebol, não é? Falamos em todos os lugares, no café da manhã, no local de nosso trabalho, principalmente, no cafezinho, isto se tua empresa ainda mantêm o cafezinho, durante o trabalho, e quem não pegou no pé e humilhou os coxas depois da conquista do título deste ano, que atire a primeira pedra! Não é Junior? E desculpe Ale, Roberto e Alex, que são ótimos companheiros de trabalho, mas só tem um grande defeito, são coxas! Falamos no cafezinho da tarde na empresa, no happy hour depois do trabalho e como é difícil nesta hora disputar com outros assuntos, como falar mal ou bem (raramente) do chefe, falar do funcionário traíra que deda você por estar no msn, ou ainda falar da gostosa da estagiária, mas tudo bem. Falamos ainda em casa com a namorada(o), com a noiva(o), mulher (marido) e filhos e até com a sogra e o sogro, ainda mais se eles são coxas . Afinal é a nossa PAIXÃO NACIONAL, e ninguém duvida!

Ah! E a cerveja, onde fica, não é também nossa paixão nacional? Eu gosto de cerveja e talvez você também, mas, sem futebol não existiria cerveja! E as loiras e morenas também não são paixões nacionais? Claro que são, mas, primeiro o futebol, pois, encontros com elas só depois do jogo!

Sou um apaixonado pelo futebol, desde pequeno gosto e jogo futebol e cheguei a ser um jogador semi-profissional. Meu primeiro registro na Carteira Profissional esta lá, atleta, jogador dos coxas. Erro cometido na adolescência. Sabe, é mais ou menos assim: é igual aquela tatuagem que outrora fazia sucesso e hoje não há quem possa apagar, vai ficar marcado para sempre. Só para concluir este assunto, após o não reconhecimento das minhas habilidades técnicas por parte dos dirigentes da época, pura sacanagem, comecei a torcer pelos times que poderiam derrotá-los ( minha vingança será maligna ) , e assim desde 1982 sou ATLETICANO CONVICTO.

Hoje, sou um torcedor coerente, sei quando não é possível um time obter sucesso, assim como no jogo de hoje contra o Santos, sabia de antemão que com o time que foi a campo nossas chances de vitórias eram mínimas. Gosto de analisar o desenvolvimento do jogo, procuro prever as mudanças necessárias para que um time melhore o seu desempenho, por exemplo, aquela mudança do Lima pelo Caetano, tinha tudo para não dar certo, era mais fácil trocar o Lima pelo Jonatas ou Schumacher. Nada de inventar. Vibro com jogadas brilhantes que normalmente se traduzem em gols, como foi o gol do Paulista de Jundiaí contra o Internacional, naquele jogo dos pênaltis. Vibrei como se fosse um gol do FURACÃO. Agora quando é gol contra nós, invento uma falta, um impedimento ou qualquer irregularidade para não valorizar demais o gol, mas que foi um belo gol foi.

Pois bem, com este gosto de analisar um jogo de futebol, notei que nos últimos jogos do Campeonato Brasileiro, da Copa Brasil e de alguns jogos de Campeonatos Estaduais, as estatísticas mostram que 45% do tempo de jogo a bola fica parada. Olha que eu não sou chegado a Estatística, até porque na Faculdade bombei uma vez e para passar foi um Deus nos acuda, oh! materiazinha chata esta. Voltemos ao futebol, então, 49minutos e 30segundos com a bola rolando divididos em dois tempos, nos dá 24minutos e 45 segundos para cada período. Isto é pura matemática, e vocês estariam dizendo… e o futebol, cadê?

Acompanhe o meu raciocínio: – se o meu time ficar com a posse da bola pelo tempo acima em cada período a chance de obter sucesso é de 100%? Alguém duvida?

Claro que é, 50% de empate e 50% de vitória, considerando que um empate também é um sucesso ( lá vem ele falando de estatísticas). Hei, pessoal, isto é uma verdade, pois se um time ficar com a bola o tempo todo como o outro time vai fazer um gol?

Então, estamos falando de ficar com a posse da bola o tempo todo, certo? Pois já tentaram isto. Eu não guardo muito bem datas, só os fatos, e em uma Eliminatórias para Copa do Mundo, um técnico do Equador surpreendeu os favoritos Brasil, Argentina e Uruguai com um time medíocre mas com muita posse de bola, e nem sei se o Equador se classificou. Aqui no Brasil, o Mário Sérgio, aquele mesmo que entregou o título do Paranaense de 2004 pros coxas quando deixou na final o Washington no banco, lembram?, na primeira experiência como treinador, técnico do Corinthians, não tinha grandes craques para surpreender o adversário, então, com jogadores do estilo do Zé Elias ( hoje no Santos ) meros marcadores , montou o time a base de posse de bola, e os resultados foram 0x0, 1×0, 1×1, 2×1 e poucas derrotas, que aconteceram por outros fatores extra campo como por exemplo, vaidade de jogador de futebol, que em outra oportunidade abordarei. Na primeira passagem deste técnico pelo FURACÃO, ele também tentou a mesma coisa, maior tempo de posse da bola. Tivemos um sucesso relativo. Lógico, que para se obter sucesso absoluto não é só a posse de bola que irá resolver, mas….!!!!!!

Então, aí vai o primeiro FUNDAMENTO TÁTICO do futebol:

– “Quanto mais tempo um time ficar com a posse de bola, maiores serão as chances de se obter um sucesso ( empate ou vitória ).”

– Edinho, não esta na hora de você praticar este fundamento tático em nosso time?

No “Vamos falar de futebol – Parte II”, falarei de como aprimorar este fundamento e outras coisas mais que observo em um jogo de futebol, até lá!



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