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13 maio 2005 - 15h07

Desabafo

Antes que algum engraçadinho venha insinuar, vai aqui de cara: mão conheço, nunca tive qualquer contato, nunca tomamos um café junto. Estou falando do Sr. Petraglia.

Dito isso, aí vai minha modesta opinião:
– VALEU PELA PANCADA EM ALGUNS ORGÃOS E EM ALGUNS JORNALISTAS.

Não sei os motivos. Desconheço os meandros das acusações. Talvez o Sr. Petraglia saiba muito mais do que nós, mortais fora do pombal, sabemos. Talvez as insinuações de que como ele não molha mão destes senhores da imprensa, seja verdadeira. Afinal, não esqueçamos que neste país maravilhoso, um senhor foi expulso do Palácio do Planalto por ter uma caixinha dois. Caixona, diga-se de passagem. Se até um presidente corrompeu-se, não seria demais imaginar que algum outro mortal caía na mesma tentação e peça “algum” para falar bem do Atlético e do Sr. Petraglia. “Não creio em bruxas, mas que elas existem, existem.”

Por que falo tudo isso?

É de doer a parcialidade de vários (quase todos) os órgãos da imprensa paranaense para com os ervilhas.

Quem não assistiu aquele jogo contra o Londrina (4×0) pela Educativa do Paraná, quando aqueles dois senhores fizeram de tudo para diminuir o Atlético. Até nossa camisa foi motivo de chacota, quando disseram em alto e bom som que havíamos nos inspirado na camisa do Milan. E depois de uma pancada do Sr. Fiori, levaram o mesmo ao programa de domingo à noite e se lambuzaram pelas pernas pedindo desculpas. Foi por que admitiram o erro? NÃO. Foi porque viria um senhor processo pela proa. Então é assim: falo o que quero, vou levar um processo pela proa, volto atrás e tudo bem.

E alguém que lê, vê e ouve noticias esportivas tem alguma duvida com a má vontade para com o Atlético?

Tenho gravado várias fitas que provam que os três times do Paraná são tratados de modo diferente.

A mesma noticia dos ervilhas tem um oba oba de doer. No Atlético, oh! tristeza.

Deixando de lado esse episódio que no fim nos deixa um gosto amargo na boca, vamos ao que interessa.

Há uns três meses, escrevi aqui que o time precisava de carinho, ajuda. Não de vaias. Disse também que um time médio poderia ser campeão paranaense com nossa ajuda. BINGO. Campeão paranaense 2005, em cima deles e melhor ainda, nos pênaltis. Devolvemos aquele fatídico 1978. Ótimo.

Só que o sapatinho de cristal do conto de fadas quebrou. Eu falava em time médio com o Fernandinho, Denis Marques, o Jancarlos do Juventude (não esse ferida de agora) o Durval mais ou menos como aquele do Brasiliense, o Aloísio do Flamengo (não esse gordo, velho, desmotivado de agora) e suprema desventura de minha parte: um Fabrício igual que o do Brasiliense. Vejam até onde uma paixão nos leva: acreditar que o Fabrício seria melhor do que ele já mostrou, demonstrou nesses três anos que freqüentou a Arena. Santa paixão essa por esse time.

Naquela ocasião eu falei que o técnico era fraco. Técnico fraco em time médio, nos dá um time médio fraco. Mas para ganhar o paranaense, eu via como possível, desde que nos, torcedores do Atlético, organizados ou não, ficássemos com o nosso time. BINGO DOIS.

Mas só em um sonho de noite de verão achar que com isso que nos apresentaram teríamos alguma chance no Brasileiro 2005 e na Libertadores. Aí o buraco é bem mais em baixo. Aí não vai ter Império Toledo, Roma, Adap, coxa etc.
Entendo e aceito perfeitamente a venda do Jadson. Quem em sã consciência pode imaginar que um menino de 20 anos, vindo de uma família modesta, não ficassem maluco com os dólares da Ucrânia, Afeganistão, o raio que o parta. Lembra-se do Kleberson, durante um ano fazendo o maior corpo mole do mundo porque não tinha sido vendido logo após a copa de 2002?

Então é o seguinte: pintou como bom jogador, tchau. Vai embora. Ninguém segura. Vejam o exemplo do Anderson, do Grêmio. 16 anos. Jogou um Grenal bem. Seu time perdeu. Foi rebaixado. Mas para não perder seus direitos federativos, o Gremio quebradinho da silva, teve que aumentar de R$ 800,00 para R$ 40.000,00 seu salário. Terminou aí o problema? Não. Tem proposta de 8 milhões de euro para vender. Vai segurar o piá? Como? Qual a motivação deste menino em disputar a segundona com um time podre como o do Gremio, se poderá jogar nas “oropas” ganhando uns R$ 300 mil reais por mês.

Mas se entendo que tem que vender, não entendo porque não pode pagar uns 20 ou 30 mil a mais pelo Marinho, que já foi lá fora, voltou e estava muito bem aqui? Trouxeram uns 5 beques a, vai lá, uns R$ 5 mil cada. Quanto dá isso: R$ 30.000,00. Então, fica com o que já provou que é bom. O mesmo fale para o Fabiano. Tá bom, falharam na reta final do brasileiro do ano passado. Mas nem uma falha foi como a do Durval contra o Santos. Entenderam o que eu quero dizer?

Não adianta trazer uns 30 caras a R$ 5 a R$ 10 mil cada por mês e no fim ficar sem time nem um. Experiências são sempre bem vindas. Mas não dá para lançar um menino como o Ticão no meio dessa ruindade que só vamos queimar o garoto. Diferente seria com um time mais ou menos estruturado. O Alan Bahia quase se queimou no time ruim de 2003. No time bom de 2004 seu futebol cresceu assustadoramente.

O Jadson foi chamado de baladero no final de 2003. Em 2004, virou craque. Esses são só dois exemplos em mais de 50 acontecidos no Atlético ultimamente

Taí. Descobri a roda. Só eu sabia disso. Que jovens valores só se firmam se são lançados aos poucos e amparados por jogadores mais ou menos, com certa experiência.

Mas os nossos ilustres senhores que comandam o nosso Furacão parecem que não aprendem nunca.

Enquanto não levarem um eriberto, casemiro, edinho da vida para ser técnico da Seleção Brasileira não vão sossegar. Fazem uns 5 anos que todos inicio de ano vem essa ladainha que “precisamos inovar”. “Chega dos mesmos”. Eles acham que só com o melhor estádio, o melhor ct, o melhor patrocínio para a Arena, com as contas em dia e com o “carisma” deles vai dar certo, Senhores: bolero é bolero ontem, hoje e para sempre. Sempre para pior, com os dólares, empresários, procuradores, etc por aí.

Sr. Petraglia: ao menos da minha parte, muito obrigado por tudo que fez, faz e fará pelo Atlético. Mas, um pouco de humildade não faz mal para ninguém. E o Sr. mais do que ninguém, por ser muito bem sucedido na vida particular, que nada é tão nocivo para uma grande empresa ter sucesso são os puxa-sacos. Esses ficam o tempo todo dizendo: TODOS ESTÃO ERRADOS. SÓ NOS ESTAMOS CERTOS. Igual aquele recruta com o passo errado na parada e mãe diz vaidosa: todos marchando errado. Só meu filho certo.

Só que eu quero é que não passemos por essa gangorra: Um ano maravilhoso, outro horrível. O Sr. que tanto fala do projeto que está em sua cabeça como um time GRANDE para o futuro, sabe o quanto é ruim esse sobe e desse. O produto perde credibilidade. O discurso fica vazio. Time grande só é grande quando, na média, está acima da maioria. E por favor, chega deste discurso comparativo de Gremio, Flamengo etc quebrados. Isso nós já sabemos e já o louvamos varias vezes gritando seu nome na Arena. Bem antes do corro de hoje.

Isso já é história. O Sr. já faz parte de nossa história. Só não deixe que o último capitulo seja o mais triste.

E viva o Furacão. Domingo vamos moer o TIMAON. E o Cerro Portenho deve estar se lamentando não ter feito golzinho só no Palmeiras e ter se livrado da Arena cheia empurrando o Furacão e pagando o pato da derrota contra o Medelin e levando um ruidoso 4×0 do Furacão para Assunção.

E que venha o Santos nas quartas de finais da Libertadores.

Estou com esse peixe engasgado na garganta.



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