Entrando para a história
Que ironia do destino, o nosso Atlético lanterna do Campeonato Brasileiro é um dos oito melhores times do Continente, provando mais uma vez que o futebol é, sim senhor, uma caixinha de surpresas.
Em 2000 em nossa primeira aparição nas Américas ficamos nas oitavas de final numa decisão nos pênaltis contra o Atlético Mineiro aqui em Curitiba. Por sua vez, em 2002 a nossa campanha foi pífia, não conseguimos nem passar da primeira fase. Três anos depois o Atlético disputa sua terceira Copa Libertadores em cinco anos e entra definitivamente para a história.
O Paranaense , como somos conhecidos em toda a América do Sul, conseguiu de forma inédita sua classificação para as quartas de final da competição mais importante das Américas. É verdade que perdemos mais uma partida, mas essa nós poderíamos ter perdido, pois tínhamos vencido a partida aqui em Curitiba por 2 x 1. Bem postado na defesa, o time se manteve firme até o final da partida. Não vamos aqui tentar tapar o sol com a peneira, sabemos que o time é limitadíssimo e precisa urgente de reforços, mas na partida de ontem se faltou técnica e habilidade sobrou força de vontade e garra.
Do goleiro Diego ao centroavante Cléo todos lutaram e conseguiram escrever seus nomes na história do Clube Atlético Paranaense. Diego com grandes defesas, sim ele falhou em um lance que poderia ter resultado no gol do Cerro, mas Marin estava lá, como se fosse uma barreira intransponível. A defesa ainda bateu cabeça, mas com a chegada do delegado (assim espero) a tendência é o time tomar um rumo, meio campo combatente, ora com Alan Bahia, ora com Cocito e com uma apresentação apagada dos meias de ligação Fabrício e Rodrigo, quando Evandro entrou o time teve mais personalidade e clareza nas jogadas, provando que ele pode e deve ser titular da nossa meia cancha. No ataque tanto Cléo como Lima (artilheiro do time na temporada) se esforçaram para voltar e ajudar o restante do time na marcação.
Antes das cobranças de pênaltis os jogadores se abraçam e Diego toma a palavra pedindo que cada desse o seu máximo, que aquele momento foi único e o mais importante para a despedida do técnico interino Borba Filho e para todos os jogadores que ali estavam representando a imensa nação atleticana. Cobrança após cobrança chegou a vez do até então artilheiro da Libertadores Santiago Salcedo, ele colocou a bola no canto direito de Diego que foi buscar, começava ali a explosão de todo o torcedor rubro-negro, faltava um pênalti e Evandro, nosso representante na Seleção Sub 20, pegou a bola e com muita serenidade colocou ela no fundo da meta paraguaia, fazendo com isso que o Atlético se classificasse e escrevesse seu nome na história como sendo o primeiro time paranaense a se classificar para as quartas de final da Copa Libertadores.
A euforia da classificação já passou, agora temos que trocar de roupa e nos prepararmos para mais uma batalha no Campeonato Brasileiro, desta feita com o Botafogo lá no Rio de Janeiro, quem sabe uma vitória não devolva a moral ao time que se encheu de brio ontem para enfrentar o Santos na próxima semana.