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16 jul 2005 - 19h28

Não foi dessa vez…

O time que jogou quinta-feira é aquele com o qual estamos na lanterna do Brasileiro, o time jogou mal, não entrou em campo, não jogou com a garra dos outros jogos da Libertadores, não sei se por nervosismo ou o que aconteceu. Apesar de tudo não podemos colocar a culpa em nenhum deles individualmente. Senti muito, porque todos os jogadores mereciam esse título pela garra nos outros jogos Mas para mim, o Diego e o Marcão mereciam ainda mais…. porque inclusive no jogo de ontem, vestiram nosso manto com toda a dignidade que nosso time merece.

Eu realmente acreditei que a gente ia levar a taça ontem, pela garra dos nossos jogadores. Começou o jogo e depois de muitas faltas e jogos truncados, levamos o primeiro gol, do jogador que mais menosprezou o nosso time dizendo que o estádio mudaria de nome para “Morumtri”, eu achei que mesmo assim dava, que no segundo tempo voltariam melhor, me revoltava ver aquele Cicinho e Junior caírem como ameixas podres e o juiz marcar uma falta atrás da outra. E então veio o pênalti, para compensar todas as faltas que deram injustamente para eles, e me lembrei daquele tempo em que o Atlético não acertava um sequer. Fabrício chutou e errou, e lágrimas começaram a jorrar dos meus olhos. Mas ainda tinha o segundo tempo, o Lopes daria uma prensa neles e que dava para empatar, mas em 7 minutos levamos outro gol. E minhas lágrimas aumentaram. E minha irmã virou para mim e disse, vamos acreditar, ainda dá tempo de empatarmos, e eu continuei acreditando, mas quando levamos o terceiro, eu não me contive, levantei do bar e fui embora, levar outro e pelo Luizão que queria se despedir com um gol, já era demais. As lágrimas escorrendo num misto de raiva e decepção. E no trajeto para casa, eu e minha irmã, lamentávamos, xingávamos e não entendíamos o porque dos nossos jogadores estarem tão distantes daquele time que nos embalou nos jogos da Libertadores. E qual não foi a nossa surpresa quando, em lágrimas que teimavam em não parar de escorrer pelo meu rosto, passamos na frente de um bar e os foguetórios começaram no céu, o quarto gol aconteceu, aos 44 minutos do segundo tempo para selar a vitória deles.

A tristeza e a verdade nunca para mim foram tão claras; em ver meu time perder, de um jeito que eu não imaginava. Poderíamos perder, mas pelo menos jogando bem, dando o máximo de si.

O São Paulo conseguiu o que queria: nos privaram de jogar na Arena, não tiveram a capacidade de ganhar da gente em campo neutro (porque o gol foi contra), e tiveram a sorte da bola não entrar no pênalti, porque senão tenho certeza que essa história seria bem diferente.

Mas temos que reconhecer que o São Paulo foi um time superior, e quando nós perdemos a nossa raça e garra, a técnica deles veio à tona e nos levaram o título.

Mas como diz o nosso grito: “Mesmo ganhando, mesmo perdendo, sou rubro negro de coração”. E apesar de ter ido dormir com as lágrimas ainda nos olhos, hoje, um dia depois do jogo, vejo que nós chegamos onde muitos times, ditos “grande”, ainda nem passaram perto.

Tenho orgulho de ostentar este vice-campeonato que nós ganhamos, porque apesar de tudo, somos o segundo melhor time da América. O nosso Atlético Paranaense, nosso Furacão da Arena está conhecido, e reconhecido, nos quatro cantos do mundo. Nosso time ainda está crescendo e esse título ainda vai ser nosso. Antes do que muitos imaginam.

Tenho certeza de que nosso time não vai ser rebaixado e que no próximo ano estaremos ainda na elite dos times Brasileiros na 1ª divisão. E que essa semana ainda tivemos o doce gosto de ganhar dos nossos rivais com o time reserva, e com 10 em campo. Vamos continuar com a mesma torcida vibrante e apaixonada e sempre acreditando no nosso time. Porque dias melhores virão.



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