Lopes abre o jogo: "Estou em casa no Atlético"
Faz exatos 54 dias que Antonio Lopes assumiu o cargo de treinador do Atlético. Se quando chegou ao clube, o índice de aprovação de Lopes perante a torcida atleticana era muito baixo (pesquisa da Furacao.com na época apontava que 75,1% dos torcedores não concordaram com a contratação do treinador, que havia deixado o comando técnico do Coritiba a poucos dias), hoje a situação é bem diferente. Entender essa mudança de atitude em tão pouco tempo é fácil. Basta avaliar os resultados obtidos por Lopes em campo, conduzindo o Atlético ao vice-campeonato da Copa Libertadores da América.
Em entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, Antonio Lopes avaliou seu trabalho no Atlético nesse período. Segundo ele, os dois pontos altos até aqui no comando do clube foram as vitórias sobre o Santos e o Chivas. Lopes também comentou a participação do cube na Copa Libertadores da América e avisa: o objetivo maior agora é a recuperação do time no Campeonato Brasileiro. Confira as principais declarações do treinador atleticano ao programa:
JOGAR A PRIMEIRA PARTIDA DA FINAL FORA DA BAIXADA
"Lamento profundamente porque o São Paulo não venceria a gente lá. É muito difícil ganhar do Atlético na Arena da Baixada. Na Arena nós íamos ganhar o jogo, não digo que por um placar elástico, mas nós venceríamos."
ESTRUTURA DO ATLÉTICO
"A estrutura do Atlético é a melhor do Brasil. Ela não está resolvida só na Arena e no CT. O Atlético te oferece hoje a condição de trabalhar com os atletas em tempo integral. Aliado a isso, temos a parte tecnológica. Todos os jogos e treinos são filmados, editados. Nós temos também a parte de estatísticas, não só nossa, mas dos nossos adversários também, para que a gente possa planejar a maneira como vamos trabalhar. O Atlético é um clube que eu acho que tem a melhor estrutura hoje no Brasil. E isso faz um time campeão. O futebol está muito igual. Foi essa estrutura que o Atlético oferece, o trabalho dos profissionais, que nos deu esse resultado que obtivemos na Libertadores. É um conjunto de coisas que fizeram o Atlético chegar a esse ponto. O vice campeonato vale muito, nós temos que aprender a valorizar, principalmente numa competição tão difícil como a Libertadores."
PLANEJAMENTO PARA O ATLÉTICO
"O ideal para o Atlético seria a manutenção da equipe do ano passado, considerando que se sabia que iria disputar uma Libertadores. Mas no futebol os clubes têm que vender os jogadores para poder sobreviver e o Atlético não foge a isso. É quase impossível você manter um grupo vitorioso, apesar de o Atlético ter uma situação financeira estável. O Atlético vendeu e comprou, mas não deu sorte nas contratações que teve. Alguns não deram certo, como poderiam ter dado. Foram boas as contratações, mas que não deram certo. Isso acontece em futebol. Também teve o problema da troca de treinador com freqüência. O Atlético não conseguiu formar uma base de trabalho. Tanto que quando eu cheguei lá eu falei que iria dar uma seqüência ao que já tinha sido feito de bom, por isso que optei pela manutenção da comissão técnica. Não dava para começar do zero."
CARACTERÍSTICA DOS JOGADORES
"O time do Atlético a gente pode dar muita força de marcação, a gente pode trabalhar esse sistema de marcação que vamos ter uma resposta positiva dos atletas."
ESCALAÇÃO PARA A FINAL CONTRA O SÃO PAULO
"O Fernandinho não vinha atravessando uma boa fase em função do tempo de inatividade. Eu precisava de um jogador mais agressivo ofensivamente, porque sabia que não podia ir para São Paulo só para me defender. E o Evandro possibilitava isso, ele já tinha dado a resposta no Atletiba. O Alan Bahia a mesma coisa, ele vinha voltando de uma pubalgia. O André também é um volante que sai mais para o jogo e eu precisava disso, até porque já tínhamos o Cocito que é um volante que fica mais preso na marcação. Já o André marca bem e sai para o ataque. No Atletiba eu dei a ele essa oportunidade e ele deu uma resposta positiva, jogando bem, sendo uma das melhores peças em campo."
IDENTIFICAÇÃO COM O FUTEBOL PARANAENSE
"Estou me sentindo em casa no Paraná. Todo mundo me considera, tenho grandes amigos no Paraná Clube, no Atlético, no Coritiba. E agora voltei para o Atlético, já é a segunda vez, posso até me considerar mais identificado com o Atlético do que com os outros dois clubes, que trabalhei só uma vez. Todos me tratam bem no clube, a torcida, lógico, ficou meio de cara quando eu estava no Coritiba. Mas hoje a torcida está do meu lado, sabe que eu sou profissional, que defendo com unhas e dentes o clube que dirijo e estou em casa no Atlético."