Família Lima, desculpe-me
Ontem quando estive na Kyocera Arena para assistir ao jogo contra o Fluminense acompanhado de minha filha mais velha, nunca me senti tão mal. Após trinta e poucos anos freqüentando nossa Baixada, vendo bons jogos e outros nem tanto, bons times e outros nem tanto, bons jogadores e outros nem tanto, eis que surge o Grandioso, lépido Lima, o homem que mais uma vez nos fez feliz com seus dois gols.
Mas vamos à parte que interessa. Início da partida, time jogando mal e o Lima apanhando da bola, não acertando uma jogada sequer. Eu, minha filha e os demais ao meu redor exaltados querendo a cabeça do Lima. O Fluminense faz 1 a 0, o Lima continua a errar, a errar e errar e a torcida a vaiá-lo.
Quando então o Marcão cabeceia, o goleiro dá rebote, eis que surge o Lima para empatar o jogo. Foi aí que um rapaz alto, moreno e magro que estava sentado aàminha frente se levantou olhou para mim e disse: “Meu irmão vai fazer mais um”. Meus amigos, desabei: o cara era irmão do Lima, e todos em volta falando, xingando e pedindo a saída do Lima. Nunca me sentí tão sem graça. Mas o jogo continuou e não é que o Lima fez mais um? Novamente o rapaz se levantou olhou para mim e disse: “Eu não falei?”
Bem, quando o jogo terminou novamente o rapaz se levantou, esticou sua mão, me cumprimentou e foi embora. Então, sentei e fiquei alguns minutos pensando no acontecido. Cheguei a várias conclusões. Posso lhes garantir que eu jamais voltarei a vaiar o jogador Lima, pois aprendi uma grande lição com a humildade e simplicidade de seu irmão. Por mais que o Lima não seja um craque, ele nunca desiste e veste a camisa rubro-negra com raça e amor.
Do fundo do coração, Lima e seu irmão, me perdoem e perdoem a todos os que um dia lhe vaiaram.