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23 ago 2005 - 1h15

A magia da Baixada

Atlético e São Paulo, no sábado 20/08, não fizeram um simples jogo de futebol. Foi um espetáculo muito maior proporcionado por todos os elementos envolvidos neste jogo. Teve de tudo. Estádio lotado, show da torcida, um grande e belíssimo mosaico também feito pela torcida, discussão entre dirigentes, confusão em campo, expulsões, choro tricolor e um golaço Rubro-negro

A torcida, fantástica como sempre, fez o Caldeirão ferver e o São Paulo sentiu o alívio por ter conseguido tirar o primeiro jogo da final da Libertadores da América do Templo Rubro-negro. Foi um show a parte que fez com que os paulistas sentissem o verdadeiro sentido da denominação “décimo segundo jogador”. E quando o técnico do São Paulo, Paulo Autuóri, tentou ironizar dizendo que o seu time “jogou com dez contra doze”, (insinuando um complô da arbitragem contra os bambis) apenas deixou transparecer o que todos já tinham visto, o Atlético realmente jogou com doze, mas o décimo segundo jogador surgiu das arquibancadas num grito uníssono de mais de vinte mil apaixonados pelo Furacão. Empurrando o time e vibrando o tempo todo, sufocando a pequena torcida paulista e o afobado time tricolor, que se demonstrou nervoso e preocupado com detonar a “guerra” anunciada por eles próprios.

O time do Atlético, levado pela massa rubro-negra, encurralou o tricolor paulista em seu campo não dando chances para que saíssem em busca do gol, tanto é que o primeiro gol do São Paulo saiu de um bate-rebate na área do Atlético e o segundo de um pênalti inexistente. O goleiro Diego, que por varias vezes neste e em outros campeonatos salvou o Furacão, pouco trabalhou no jogo e quando foi acionado esteve sempre bem colocado, fazendo duas ótimas defesas e tentando um lance que poderia ter levado o Caldeirão abaixo se concretizado com sucesso, quando, logo após uma falta cobrada por Rogério Ceni tentou chutar no gol tricolor que estava desguarnecido. Uma bela goleada fechada com chave de ouro, no golaço de Jancarlos que vem subindo muito de produção.

Porém, apesar da vitória incontestável, o que ficou na mente de muitos rubro-negros foi um gostinho amargo pelo fato de não termos jogado a primeira partida da final contra o São Paulo na Arena, pois ficou provado que a história poderia ter sido outra e teríamos muito mais chances de sermos campeões da América. E o que todos esperavam enfim aconteceu, e desta vez o tricolor paulista não teve como arrumar argumentos e se utilizar dos bastidores para tirar o Furacão dos seus domínios e assim foi arrasado.

O que é certo é que o passado não poderá ser mudado e infelizmente o São Paulo é campeão e o Furacão é o vice, mas o presente põe em dúvida a conquista paulista e o que se ouve é que o tricolor fugiu do Caldeirão por temer a sua força e isso também não poderá ser mudado. Tudo bem que isto não pode ser considerado um título, mas serve de alento para que os Rubro-negros acreditem que temos um futuro grandioso, como o nosso presente e o nosso passado já são.

E finalmente, que o Brasil perceba de uma vez por todas que a injustiça cometida com o Furacão pode ter mudado a história do mais importante campeonato do continente e motivado a perda de um título.



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