Há muito tempo venho falando sobre o menino Tiago, esse goleiro que tem a coragem de um leão e a agilidade de um leopardo. Não seria bom apelidá-lo de Pantera II, comparando-o ao grande Flavio, outro negro importantíssimo para o Furacão. Cada um em sua época.

O ruim de assistir jogos com o Tiago no gol, passa a ser a ausência total de emoções mais fortes, fica a falta de medo quando das bolas alçadas em nossa área ou quando os atacantes estão próximos à meta atleticana, enfim, o jogo fica “frio”. Escanteio? Chutes de longa distância? Arremates dentro da grande área? Divididas com atacantes, dentro da zona fatal? Nada disso me atormenta mais: “Deixa com o negrão”! A bola é dele”!

Quanto aos jogos em que o grande Diego está no gol, fica um “Deus nos acuda! É um tal de se ajoelhar, fazer figa, fazer promessa, o coração quase sai pela boca”. Há sempre aqueles comentários: “Falta perto do gol? Vixe, é gol! Mini-escanteio? Vixe, é gol! Ele não sai do gol, vixe, a bola era dele”.

Entendam, estou relatando algo que acontece comigo. Infelizmente é assim, pode ser que com outros isso não aconteça, mas este é um espaço democrático. Também entendo as críticas do Mafuz. Quem se presta a ter uma vida pública – e o jogador de futebol é um homem público – tem de estar preparado para as críticas, saber recebê-las sem “espernear”. Diego deveria receber as críticas normalmente, sem sair “atirando”, querendo envolver o Sr. Petraglia no meio. Ora, o Sr. Petraglia também deverá estar sujeito às críticas, esse é um ônus da vida pública, muito mais evidenciado quando se lida com as coisas de um time, que desperta paixões avassaladoras, como o Clube Atlético Paranaense, o nosso querido Furacão.

Minhas preocupações então, passam a ser outras. Tiago não tem padrinhos, não fala bonito, não é extrovertido, não tem “site” e não tem contato direto com os torcedores através do furacao.com, e/ou outros “sites” atleticanos. Tiago também não é administrado pelos Massas (arghhh!!!! Ninguém merece!) e tampouco tem “empresário” famoso, ou tem?

Por que tenho essas minhas preocupações? Porque logo, o Sr. Diego – que já fez um excelente trabalho no Atlético -, estará recuperado da mão. Ótimo, tomara que a sua recuperação seja rápida, e possa ele então, ser vendido para um time grande, por muito dinheiro, talvez para o Santos que está com o dinheiro da venda do Robinho, ou para qualquer outro time desse país ou de qualquer parte do mundo. Quem sabe para os coxas? Por que não para os coxas? Seria um prêmio para todos!

Embora possa estar errado, mas sinto um cheiro de “arrumação” no ar. Prepara-se uma maneira de encaixar o Diego no time, sem que o menino Tiago seja afetado. Seria isso possível? Qual estímulo teria ele, após sofrer uma injustiça de tal tamanho? E se resolvem adotar o costumeiro discurso, comumente usado para tirar a chance do reserva que se deu bem?

O velho discurso é o seguinte: “O titular é o Diego”. Espero que o bom técnico Evaristo, um homem vivido, cheio de experiências, não caia nessa perigosa armadilha. Hoje, os tempos são outros, há uma interação muito grande, graças aos benefícios tecnológicos, há uma participação mais efetiva dos torcedores, principalmente por parte daqueles que são bem intencionados, entre os quais eu me incluo. A cobrança será muito grande. O momento é de muita reflexão, é de muito cuidado, tanto para o investimento Diego quanto para a carreira brilhante e promissora que se abre para essa “raridade” que o Atlético tem em suas mãos.

Se o menino Tiago não ficar “mascarado”, se for bem trabalhado, se mantiver a sua humildade, se estiver cercado de pessoas boas, honestas e inteligentes, ele vai ser o sucessor das 3 “babas” que atualmente defendem a Seleção Brasileira. Conseqüentemente, Tiago dará muitas alegrias à nação atleticana!

Parabéns Tiago e muito obrigado por essa segurança que você nos transmite! Sucesso e vida longa no arco atleticano!