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20 dez 2005 - 11h43

José Carlos de Miranda e a esquizofrenia paranóide (ou seria paranista?)

Amigos, uma rápida viagem à Europa me afastou desta imperdível coluna “fala, atleticano”, mas estou de volta. E que beleza a Europa! Primeiro lhes conto da França. Ah, a França, com suas mulheres de boca grande e olhos de raposa. Sim, estive em Paris, no 12º andar do Jolly Hotel Lotti, entre o jardim das Tuleries e o Place Vendôme, região famosa pelas suas joalherias. Neste hotel, cada um dos cento e sessenta e sete quartos reflete a elegância e charme da tradição francesa. Quanto me custou a diária? Não vem ao caso, sabemos todos que os prazeres da vida custam caro, mas nos são tão importantes. Não falemos disso, pois ainda lembro que da janela pude vislumbrar a bela paisagem dos ares de Paris e vi ao longe a Ilha de São Luís (Ile de Saint Louis), no rio Sena.

E Londres, vocês sabem lá o que é Londres nessa época que antecede o Natal? Pois lhes conto, ainda que sucintamente. Fiquei em Westminster e Whitehall, conhecido como o bairro do poder, uma espécie de Esplanada dos Ministérios. Ali se encontra, todo iluminado e decorado para as festas, o Palácio de Buckingham, residência da família real. Encontra-se, também, a Abadia de Westminster, a igreja onde há 900 anos se coroam todos os reis e rainhas e onde se celebram os casamentos reais de toda a Grã Bretanha. Um passeio neste palácio é uma viagem pela história e não vou me alongar em descrições, pois ainda tenho de lhes contar sobre minha passagem por Madri.

Madri é uma das mais belas capitais européias, esbanja alegria e tem uma das noites mais movimentadas do continente europeu. Possui museus e galerias notáveis, belos parques, jardins e uma vida noturna agitada. O local que escolhi para começar a conhecer Madri (até rimou!) foi a Puerta del Sol, um local com pontos de ônibus e artérias que prosseguem para todos os pontos do país e onde todas as festividades acontecem. Embora Madri seja uma metrópole, a região que tem um maior interesse para os viajantes fica confinada entre o Campo del Moro, a oeste, e o Parque del Buen Retiro, a leste. A rua mais excitante é a Grand Vía, mas é na Plaza Mayor que bate o coração de Madri.

Mas como tudo que é bom dura pouco, tive de retornar a Curitiba e às minhas atividades rotineiras que incluem algumas contribuições a este espaço tão vibrante que é o “fala, atleticano”. Ainda no avião, li uma notícia que me deixou surpreso. Transcrevo-a em excerto que segue, devidamente entre aspas, como manda o figurino: “Coritiba é adversário, Atlético é inimigo!” – palavras de José Carlos de Miranda, presidente do Paraná Clube.

Lendo o supracitado depoimento, fiquei surpreso por duas razões, sejam elas: a) Não sabia que o Paraná Clube tinha presidente (pô, eu achava que aquilo era tocado ao estilo “manda todo mundo e obedece quem tem juízo”, mas não. Aquilo tem presidência, embora não pareça); b) O presidente do Paraná Clube – ao melhor estilo Gionédis, o Pangaré – parece também ter o hábito de falar bobagens em profusão. Já não bastassem tantos Euricos, Giovanis e Milton Neves, eis que surge mais um frasista a querer aparecer no cenário da bola.

Pois bem, analisemos a frase do Presidente tricolor. Disse ele: – “Coritiba é adversário, Atlético é inimigo!” – partamos à análise de tão profundo raciocínio deste não menos profundo José Carlos de Miranda.

Para o Paraná Clube, o Coritiba é adversário, e eu não duvido. Como se sabe, trata-se de duas equipes modestas, citadinas, humildes e que se merecem. De fato, o filósofo da bola, Sr. José Carlos de Miranda, falou pouco e disse tudo: o Coritiba é adversário, para o Paraná Clube. E até esse ponto, não faço reparos, somente uma observação: Coritiba e Paraná são coisas tão pequenas, tão insignificantes, que deveriam mesmo combater até que um deles caísse fulminado no gramado, vítima da fome, da penúria, ou do mau futebol. Pensando bem, que morram à míngua e deles a natureza mesma cuida. Não perderei meu tempo em assunto tão irrelevante.

Resta-me analisar a segunda metade da oratória do dirigente máximo do time das Vilas, disse o laureado Sr. José Carlos de Miranda, ao se referir ao Clube Atlético Paranaense: – “O Atlético é inimigo!” – e aqui ouso discordar do figurão tricolor que, com seus óculos escuros, assemelha-se ao Waldick Soriano.

Ora, Sr. José Carlos Miranda, o senhor deve estar louco, ou deve estar sofrendo de alguma patologia neuro-cerebral acutíssima, daquelas capazes de levar o vivente a um quadro lastimável de megalomania e insensatez. Parece-me que o seu quadro clínico é de esquizofrenia paranóide (e pode ser mesmo: Paraná é muito próximo de paranóide).

Investiguemos sob a ótica psiquiátrica e disso eu mesmo me encarrego: a esquizofrenia é o termo psiquiátrico que serve para denominar uma afecção mental que se caracteriza pelo relaxamento das formas usuais de associação de idéias, baixa de afetividade, autismo e perda de contato vital com a realidade, e neste último item o senhor se encaixa como ninguém. Já a paranóia é uma das formas de psicopatia (doença psíquica) caracterizada pelo aparecimento de ambições suspeitas, que se acentuam evoluindo para delírios persecutórios e de grandeza – estruturados sobre base lógica, e aqui então o senhor entra com as quatro patas na descrição médica e entra de ferradura e tudo.

Superada as digressões clínicas, voltemos à sua tresloucada e risível afirmação: “O Atlético é inimigo!” – neste ponto, eu pergunto: inimigo de quem? Acaso o senhor se atreve a afirmar que o Atlético Paranaense é inimigo do Paraná Clube? Ora, não seja ridículo!

Eu poderia aqui contar os oitenta e um anos de história e de conquistas do Clube Atlético Paranaense. Poderia fazer melhor: comparar a história do Atlético à história do Paraná Clube, mas isso seria desmerecer a inteligência do torcedor paranaense e brasileiro. Fosse o senhor uma pessoa inteligente, eu me alongaria em argumentos até convencê-lo que o Paraná Clube, na sua pequenez infinita, jamais poderá se atrever a ter um inimigo da estatura do Atlético Paranaense. Eu poderia desfiar diante de seus olhos incrédulos uma galeria extensa de craques que já pisaram o gramado do Joaquim Américo, aliás, gramado que nunca foi palco de uma vitória tricolor sobre o Rubro-negro. Eu poderia lhe falar de Caju, de Jackson, de Assis, de Kleberson, enfim, de todos os ídolos atleticanos e o senhor me falaria de quem?

Ora, senhor José Carlos Miranda, querer ter o Atlético Paranaense como inimigo? Faça-me o favor, cresça e apareça! Por enquanto, promova o Coritiba de adversário a inimigo e dispute com ele a honra de saber quem é o segundo melhor do Estado do Paraná, pois o melhor nós bem sabemos que é o Atlético.

Sr. Miranda, procure um médico se quiser, feche a boca quando sentir vontade de falar bobagens e deixe o Atlético para nós atleticanos! Querendo, largue o futebol e vá ganhar a vida como sósia do Waldick Soriano. Do repertório do Waldick, iria lhe cair muito bem a canção que diz: “Quem és tu? Para querer manchar meu nome”…

Agora, amigos, que eu já dei o corretivo que esse tal Miranda merecia, devo confessar a vocês que a razão de minha ausência não tem nada a ver com a Europa. Em verdade, o meu afastamento se deve, tão somente, a um vírus desgraçado que entrou sei lá como no meu computador, deixando-me uma semana inteira longe das coisas virtuais. Nunca fui à Europa, nunca estive em Paris, não sei do fog de Londres e conheço Madri só de fotografia.

Eu acho que de tanto falar desse tal Miranda, e da loucura dele de achar que preside um time, de acreditar ser um time e de acreditar ser um time grande, contaminou-me. Acho que também estou tomado pela esquizofrenia, mas, tenham certeza: ela não é paranóide e nem paranista.



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