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6 jan 2006 - 21h10

Ser ou ter um campeão mundial?

O interesse rubro negro pelo alemão Lothar Matthäus não me parece ser benéfico ao clube. Claro que haverá uma exposição internacional pelo ineditismo e pelo nome do campeão mundial de 90. Mas, na prática, em termos de competição, não vejo grandes vantagens.

O capitão da seleção alemã, que ergueu a copa do mundo, na Itália, contra a Argentina, de Maradona, foi, sem sombra de dúvida, um excelente jogador. Tem conhecimento do futebol mundial e uma certa experiência. Meio campista revelado pelo Borussia Moenchengladbach foi tricampeão alemão pelo Bayern de Munique, em 85/86/87, jogando na Internzionale, de Milão, onde conquistou o escudetto italiano. É o recordista em jogos pela seleção tricampeã mundial e encerrou a carreira após a copa dos EUA, em 1994.

Mas daí tê-lo como técnico de uma equipe como o Atlético Paranaense é outra estória. São várias as dificuldades que Lothar terá pela frente e que, poderão complicar a trajetória do furacão.

A primeira delas é a língua. O idioma alemão é até conhecido por muito dos sulistas, descendentes do povo germânico. Mas, com toda certeza não será muito bem entendido pelos atletas. Daí a necessidade de um profissional a mais- o tradutor. E se ele não passar a informação da forma como o treinador quer? No mundo globalizado, onde Zico é técnico da seleção japonesa, pode não parecer um grande problema, mas sem dúvida alguma, é um agravante. No Brasil, existe uma espécie de tradição em “panelinhas” entre os atletas. Passarella, que não tinha nem uma língua tão diferente, da portuguesa, sucumbiu à vontade dos seus jogadores – que não o queriam no comando.

Por outro lado, Matthäus não conhece os clubes brasileiros. Não deve saber como joga um Corinthians ou mesmo um Flamengo. O que dizer, então, de um Maringá ou um Rio Branco, de Paranavaí? Certamente, o alemão nunca ouviu falar em tais agremiações. Talvez saiba apenas como se comporta um São Paulo, por este ter sido campeão mundial. E isto é normal. O universo de Lothar é a Europa. Lá, certamente, ele conhece muito bem até o Docaretia Dortmund ou o Stanishauts Formmment. A experiência como treinador, não é tão grande. Pelo que sei, teve uma rápida passagem pela seleção da Hungria – que não via nem à copa da Alemanha.

Sinceramente, me parece mais uma jogada de marketing, que poderá até abrir o mercado exterior para o furacão. Mas, que não terá efeitos práticos nenhum em termos de conquistas. Pelo contrário, poderá ser um passo para trás, na vitoriosa caminhada que o CAP vem dando, quando, em 2001 conquistou seu primeiro campeonato brasileiro e em 2005, foi vice-campeão da Libertadores.

Conquistar o mundo não significa, necessariamente, ser internacional. Ter jogadores estrangeiros no time (como colombianos, paraguaios, uruguaios, argentinos, chilenos, peruanos e até bolivianos) é uma coisa, mas o técnico, sinceramente, não posso ver com bons olhos. Tanto que, somente recentemente os treinadores brasileiros conseguiram algumas poucas vagas na Europa. O mercado era apenas o asiático e o médio oriente – que não tinham futebol consolidado.

Se for para trabalhar com treinadores estrangeiros, apesar de tantos técnicos competentes no Brasil (Leão, Muricy, Autuori, Geninho, Luxemburgo, entre outros), que estes seja, ao menos, conhecedores do nosso futebol, como nossos vizinhos argentinos ou uruguaios.

Certamente, um Lothar Matthäus não conhece nosso futebol, e suas peculiaridades domésticas. Não sabe quem é quem. E terá que aprender. Será que o Atlético-PR é o lugar ideal para que ele aprenda? O nível que o furacão conquistou no cenário nacional não me parece permitir que se torne, a esta altura, um laboratório ou uma banca de estágio. Portanto, no meu modesto entendimento, acho que o Atlético, para ser reconhecido internacionalmente, deve conquistar títulos internacionais (e está muito próximo disto) e não trazer nomes de fora, apenas para projetar, momentaneamente, o nome do clube, em vez de eterniza-lo com títulos.



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