Nossos rivais
Escrevo esse texto motivado por algumas respostas recebidas de apaixonados e/ou sensíveis torcedores são-paulinos sobre meu último texto Mais do mesmo, escrito no último dia 15 de fevereiro.
Rivalidade é um assunto muito interessante e intrigante. Convivemos com isso diariamente, seja em nosso trabalho ou no trânsito, temos como hábito buscar alguém para rivalizar. No futebol não é diferente, a rivalidade transforma as pessoas e faz com que um senhor de idade, aquele adepto a ensinamentos à moda antiga, ou uma criança, sejam capazes de tentar defender as cores de seu clube, agredindo verbalmente ou com argumentos plausíveis. A mística do futebol faz ainda com que torcedores opostos, como aquele humilde trabalhador, possa, por muitas vezes, ser mais feliz que aquele dono de muitas posses e com a vida ganha.
Entre clubes, a rivalidade pode ser analisada de duas maneiras diferentes. Pela história dos confrontos e a importância que tiveram, ou ainda pelo momento em que vivem. Historicamente, o maior rival do Furacão é o Coritiba, único representante paranaense na segunda divisão. Porém, os clubes vivem momentos antônimos, enquanto eles amarguram a segunda divisão, que ainda nem começou, sofrem com penhoras de rendas e de um espaço do qual chamam de CT, lamentando por cada jogador perdido, o Atlético possui uma das melhores estruturas de futebol do Brasil, o estádio mais moderno do país e vem ano a ano disputando títulos importantes que o garante no roll dos grandes clubes do futebol brasileiro e sul-americano. A história ainda consegue sustentar o Atletiba como duelo, mas a tendência breve é que apenas o Atle permaneça, deixando o tiba largado na história, talvez não tão largado porque muitos ainda, saudosistas, lembrarão dos tempos tenebrosos de Pinheirão.
Os rivais do Atlético ultrapassaram as fronteiras estaduais e por mais que muitos insistam em dizer que não nos consideram rivais, teimam por simples birra, pois estão aqui, diariamente, querendo saber nossas novidades, querendo saber o que pensamos sobre eles e ainda tentando encontrar alguma forma de nos vencer, seja arbitrariamente ou na bola. Arbitrariamente as coisas mudam lentamente, como tudo que ocorre no Brasil, mas na bola já não tem a mesma sorte, afinal sempre que vêem nos visitar no Caldeirão, saem calculando os prejuízos de mais uma derrota.
A Copa do Brasil está apenas começando, mas entramos nela com vontade de vencer e, para chegar lá, teremos adversários qualificados. Que venham Santos, Cruzeiros e Fluminenses da vida. Aguardamos vocês com as chuteiras calçadas e o grito na garganta afinado.