Vai cair
Mais um planejamento jogado no lixo. É impressionante como o filme se repete desde 2002, o ano do verdadeiro AI-5, do golpe dentro do golpe na Baixada.
Restou-nos um ditador que, a cada janeiro, nos promete o melhor dos mundos.
E, invariavelmente, nos leva a recomeçar tudo de novo a cada outono, quando voltamos nosso pensamento para o ano seguinte. A única exceção foi o vice no Brasileiro de 2004. Ali, formamos um bom time, de fato. Já a campanha vitoriosa na Libertadores causou surpresa até mesmo ao comandante-em-chefe.
Nesse ritmo, não se sabe por quanto tempo a sorte vai nos ajudar.
A história do CAP não começou em 1995, com o lendário soco na mesa. O clube tem a sua tradição, o seu jeito de ser, movido pela paixão. Não há o que destrua esse sentimento. Ou será que ninguém percebeu o desespero do locutor oficial da Kiocera quando fizemos o gol no jogo com o Fluminense? A euforia da torcida, que empurrava o bando vestido de vermelho-e-preto para cima do adversário, não combinava com tão requintado ambiente. A voz do dono pedia silêncio à plebe enfurecida que, felizmente, não obedeceu ao comando.
Vai cair, anunciam os deuses do futebol. Ou cai a máscara dos aproveitadores do clube, que engordam atletas e aumentam a sua riqueza, ou cai o time medíocre, triste e frágil que nos venderam a peso de ouro.