Pra que tudo isso?
O Atlético é grande, é forte e não precisa passar por isso. O Atlético se completa com a sua torcida. É ela quem incentiva os jogadores a jogarem com raça, com brilho e fazer de um simples jogo, uma final de copa do mundo, como num Atlético x São Paulo no Campeonato Brasileiro de 2005. Que jogo!
Eu estava lá. Que torcida! Nem mesmo o Real Madrid ou o Barcelona ganhariam do Atlético naquele dia. Todo mundo sabe como é o torcedor atleticano, não quer saber em perder, é apenas vitórias, e vitórias bonitas. Me lembro de como ficava bonita a Arena em dias de jogo, toda enfeitada com faixas imensas e lindas, a torcida com tochas de jornal deixava as arquibancadas como um tapete de neve. E infelizmente não vejo mais essa torcida tão vibrante, tão criativa como sempre foi. Eu ouvia dizer em todos os canais de TV, nos meios esportivos mais importantes do país de como era vibrante a torcida do Atlético, Parece uma torcida argentina dizia o Cléber Machado da Rede Globo, ou então Isso aqui é um caldeirão, meu amigo dizia Galvão Bueno também da Globo. Nem mesmo a torcida corinthiana chegava perto da torcida Rubro-negra.
Mas com essa turbulência, com esses momentos de mudança, ela também muda. Todo mundo sabe do potencial da diretoria atleticana, aliás todo torcedor brasileiro gostaria de ter um Petraglia no seu clube. Quem consegue num país com um meio esportivo recheado de corruptos aparecer pessoas sérias, organizadas, planejadas, sem patrocinador forte, sem governo estadual ou municipal ajudando, conseguir construir o estádio mais moderno da América Latina? Eu, como muitas pessoas, me contagiei com esses bons momentos onde o Atlético teve a combinação de ter bons dirigentes, bons jogadores, bom futebol, com uma bela torcida.
Eu venho por meio desse desabafo dizer que não quero que o meu querido Atlético vire um time antipático no meio nacional, um time que não tem o apoio de sua torcida, um time que sempre está se desmanchando nos finais de ano sem mesmo ter conquistado um título, enfim, peço a Deus que o Atlético não vire um Vasco da Gama, em questão de antipatia e péssimo futebol.
Eu ainda acredito que o Atlético vai ser aquele time querido para a imprensa onde o Bolinha” servia suco para os jornalistas presentes no CT do Caju nos finais de treino em dias quentes de Curitiba, como também para todo mundo com um estádio belíssimo, moderno, concluído e todo enfeitado com faixas imensas e com uma torcida vibrante que o apóie do início ao fim, esteja o time perdendo ou vencendo, cheia de criatividades como sempre foi, uma torcida que pague o valor que for no seu ingresso por estar num estádio confortável ao assistir nada mais nada menos que o Clube Atlético Paranaense em campo brigando por títulos. Ainda acredito que o Atlético não vai ser aquele time que se desmancha sempre em dezembro por inteiro. Eu ainda acredito que o Atlético vai ser reconhecido internacionalmente, não apenas pela sua estrutura invejável, mas principalmente pelos títulos conquistados.