Lembram do Senna?
Quando nosso saudoso Ayrton Senna começou a correr já nas categorias inferiores, o mundo todo reconheceu de imediato estar diante de um verdadeiro campeão. A imprensa especializada não dava conta de encontrar adjetivos para referir-se a ele. O autódromo de Silverstone na Inglaterra até passou a ser chamado informalmente de “Silvastone”. Neste mesmo autódromo, depois de uma corrida simplesmente espetacular, um jornalista inglês disse que iria “procurar no dicionário português um adjetivo para Senna, porque na língua inglesa já haviam esgotado”.
Passados 12 anos de sua morte, nós continuamos ainda na esperança de termos novamente um grande campeão empunhando a nossa bandeira nas manhãs de domingo como tantas vezes vimos. Quem sabe o sobrinho de Ayrton, o Bruno Senna. Mas e o Rubinho Barrichello? Bem, o Rubinho… e que tal o Massa? É, talvez “né”?
Na verdade, quando alguém tem carisma e espírito vencedor, isto já é revelado “de cara”, na chegada! Não tenho nada contra a pessoa do técnico Givanildo. Pelo contrário, admiro pessoas serenas e tranqüilas. Mas calma e serenidade tem o seu devido lugar e hora. Quem assistiu o jogo do Atlético contra o Santos com certeza viu uma situação no mínimo bizarra. Para mim foi tragicômico (será que escrevi certo esta palavra?).
Não obstante estar vencendo o jogo, Luxemburgo não parava de orientar, gritar e até xingar seus jogadores. Enquanto isso, do nosso lado, o Givanildo dava sono. Eu não sabia se ria ou se chorava quando ouvi “desanima não gente…” e logo depois “não se entrega não…”
Há um provérbio de Salomão que diz “a esperança que não se cumpre faz adoecer o coração”. Espero que o coração de cada atleticano seja suficientemente forte porque não tem sido fácil agüentar. Sim, sem exagero algum a palavra certa é “agüentar”. E tenho agüentado. Chega a ser irritante a postura sonolenta do Giva. Enquanto a torcida inconformada grita e se descabela à beira de um ataque de nervos, o cidadão fica alí com jeitão de quem está esperando jegue desempacar. Socorro! Por favor alguém faça alguma coisa!
Se a diretoria do CAP tem por abjetivo fazer do rubro-negro um mero figurante no cenário nacional e disputar a segundona ano que vem, então acredito que o Atlético está no caminho certo. É só deixar as coisas exatamente como estão. A letargia que a diretoria tem demonstrado é perfeitamente compatível com este objetivo. Sugiro apenas que informem isto oficialmente para que nós torcedores possamos nos posicionar diante disto. Afinal, já que pagamos o ingresso mais caro do Brasil, julgo que temos o direito de saber das decisões relativas ao clube. Será que é pedir demais? Porém, não acredito que queiram fazer isto com o Atlético.
A alegação de que “há boa vontade” por parte do técnico e jogadores já não justifica nem convence mais ninguém. Acredito piamente que boa vontade nunca faltou ao Rubens Barrichello, por exemplo. Contudo, tanto no futebol como na F1 ou em outra empreitada qualquer é preciso muito mais que boa vontade e boas intenções. Portanto, dêem ouvidos ao clamor que vem das arquibancadas. A torcida já demonstrou sua insatisfação. A não ser que dentro da diretoria do CAP sejam todos surdos e cegos. Parafraseando o ditado popular: “o pior surdo é aquele que não quer ouvir e o pior cego é aquele que não quer enxergar.”