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24 maio 2006 - 16h33

O que sou?

Caros colegas Rubro-negros, após as entrevistas de Antônio Carlos Gomes neste conceituado espaço, e do poderoso chefão, Dr. Mário Celso Petraglia (este na B2, confesso que perdi o sono), fiquei até altas horas me perguntando: o que sou para o Clube Atlético Paranaense?

O 1º me taxou de ignorante por não acreditar nos milagres de seus métodos científicos e o 2º de consumidor inadimplente por não comprar os pacotes que todos os anos tentam nos enfiar goela abaixo. Começei a relembrar a infância em uma pequena cidade do norte do Paraná (Ribeirão do Pinhal) quando ouvia nas rádios os jogos da década de 70, quando aprendi a amar o time que na época tinha Picasso, Sicupira, Nilson Borges e companhia e que somente em 1975, quando me mudei para Curitiba, pude ver ao vivo na antiga “Baixada”, aquele pequeno mas aconchegante estádio que tinha arquibancadas de tijolo.

Não tínhamos um grande estádio como temos hoje, o time era considerado pequeno a nível nacional, mas todos os jogos lá estava eu, quando perdia, ia embora triste, mas no jogo seguinte já tinha perdoado a pisada de bola dos boleiros e novamente com chuva ou sol estava sempre lá: gritando e incentivando o time do coração.

Passou em minha mente o time que encantou em 83 e que não foi à final por ter sido descaradamente roubado no Maracanã. O time de Joel, de Dirceu e mais recentemente o time que tinha Oséas e Paulo Rink que nos levou de volta à 1ª divisão, passando pelos tempos ciganos que jogamos no horroroso Pinheirão e na Vila Capanema, isto quando não mandávamos nossos jogos lá no treme-treme, passando pelo time campeão brasileiro (que saudade), o que chegou na final da Libertadores, até chegar no time atual.

Muita coisa aconteceu neste tempo, me casei, formei miha família, criei meu filho, um autêntico atleticano o qual me orgulho muito, e agora vem estes senhores e o que dizem? Que irmos ao jogo pagando o preço por eles estabelecido é uma obrigação? E a obrigação deles? Não seria nos dar um time decente que pelo menos lutasse em campo e não ser derrotado sem esboçar uma reação?

Ora, na minha modesta opinião, futebol se faz com a lei da oferta e da procura. Se o time ganha 2 ou 3 seguidas, pode por ingressos a R$50,00 o lugar mais barato que os cambistas vão fazer a festa, e vai faltar lugar, mas e nas atuais circunstâncias e com este time aí? Então, como consumidor sovina e ignorante, tenho o direito de preservar o meu rico dinheirinho e que me desculpem os que neles acreditam. Estou virando torcedor de radinho novamente.



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