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31 maio 2006 - 10h42

Atlético S/A

O tão falado planejamento de 1.995, trazia em seu bojo que o Atlético seria outro. Seria uma empresa dirigida por modernos e científicos métodos administrativos com objetivos claros e metas programadas. Num primeiro passo a coisa deu certo. O terreno fértil, a boa semente e com o clima ajudando, a coisa deslanchou, chegando a pontos jamais imaginados, sequer pelos próprios idealizadores do projeto.

Nessa trajetória, alguns eficientes, devotados e abnegados semeadores, que há muito tempo trabalhavam a terra árida, com resultados puramente de subsistência, foram ficando para trás, uns por decisão própria, outros por decisão do já todo poderoso, o qual gradativamente ia incorporando o espírito de algum semideus da história.

A fazendola deslanchou, transformando-se num maravilhoso parque fabril e produzindo produtos extraordinários, disputadíssimos no mercado. Os primeiros problemas surgiram quando o Presidente Plenipotenciário decidiu também acumular a direção do Departamento Comercial da empresa. Homem frio, calculista, afeto a números e estatísticas, incapaz de um gesto cortês, uma gentileza, sequer um sorriso, coisas tão comuns e indispensáveis a quem vende alguma coisa! Porém, como o produto tinha qualidade incomparável, e preço justo, vendia por si próprio.

Ocorre que em algum momento a produção errou a mão, a coisa desandou e os principais produtos encalharam. Qualquer empresa bem administrada, assumiria publicamente o erro, pediria desculpas a seus clientes, proporia a troca do produto ou qualquer outra compensação, unicamente preocupada com sua imagem.

Em nossa empresa aconteceu o contrário. O também Diretor Comercial primeiro dobrou o preço do produto encalhado. Ao ser criticado pela mídia, decidiu romper, culpando-a pelos seus próprios erros. No que pôde, mentiu, criou verdades e deturpou fatos, sempre achando que sua freguesia era de cabrestro e não de mercado. Proibiu até a entrada da bandinha, formada por um grupo de clientes mais despojados e fiéis, que tocava em tudo que é atividade da empresa, desde o tempo da fazendola pequena e humilde. Depois declarou publicamente que a sua clientela era formada por um bando de ingratos; que a sua empresa não precisa de clientes deste tipo; que lugar de freguês descontente era no Procon, e não enchendo-lhe o saco!

Deu no que deu! Subestimou o mercado, o descontentamento é geral, e não tem quem arrisque um palpite sobre o futuro da outrora promissora S.A. Deus salve o Atlético!



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