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10 jun 2006 - 21h30

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Há algum tempo, anos até, que se tem trazido à baila questionamentos sobre o atual Atlético, esse que parece ter como objetivo principal não a conquista de títulos, mas a negociação de jogadores.

Alguns chamam essa postura de “política pecuarista”. Ou seja, os atletas seriam como bovinos, comprados ainda magros (desconhecidos), por baixo custo, quase sempre com previsão de divisão de lucros futuros, passando então a engordá-los (fazê-los aparecer de alguma maneira) e assim obter o melhor preço possível numa negociação, de preferência com uma equipe do exterior.

Outros cantam odes a esse procedimento de compra e venda, pois seria a mentalidade do futebol atual, além de ser uma das únicas maneiras de se manter uma equipe saneada financeiramente no nosso amado – porém paupérrimo – Brasil. Esses mesmos companheiros exaltam tudo que o Atlético conseguiu, em termos de patrimônio, utilizando esse método administrativo. E chamam os seus críticos de amadoristas, desatualizados, para não dizer burros e ignorantes.

Imagino que muitos dos que acreditam que a política atual do clube, em relação à contratação e venda de jogadores, é a melhor possível, portanto a única válida, são os mesmos que sempre correm em defesa dos comandantes, quando qualquer crítica surge no horizonte. E sempre utilizam os mesmos argumentos: CT do caju, Kyocera Arena, dinheiro em caixa, sem dívidas, 2001, etc.

Agora vejo indignação em muitos desses mesmos apologistas em relação ao caso Dagoberto. Pergunto, onde está o pragmatismo agora? Quer dizer que tudo bem comprar os “bois” para vendê-los com lucro, mas na hora em que um desses mesmos “bois” se rebela, aí não vale?

Não venho aqui defender Dagoberto, muito pelo contrário. Já questionei muito as posturas tomadas por ele em entrevistas no passado. Era visível o interesse que ele tinha em ir jogar na Europa. Igualzinho a outro rapaz, um tal de Jadson, que tanto fez que conseguiu uma colocação num time próximo de Chernobyl. Para mim, o Dagoberto já vai tarde, pois é visível a falta de interesse dele em jogar pelo Atlético e não é de agora. Um elemento como ele só contamina o elenco, estimulando mais descaso entre os “menos afortunados”.

E será que a culpa é do Dagoberto e dos outros, que querem jogar num time “mais grande” que o Atlético? Parece que não, pois o próprio modelo atual do futebol, tão exaltado pelos modernos, cultiva esse desprezo por torcedores e pelos clubes brasileiros, com exceção dos localizados no agourento eixo.

Em se preocupando somente em comprar e vender jogadores com lucro, o Atlético parece estar esquecendo de criar nos seus atletas um velho conceito, o qual hoje se julgava desnecessário e até piegas, que é o bom e velho amor à camisa. Será que os jogadores não sentem que são vistos pelos dirigentes como meras mercadorias, cifrões ambulantes, e isso não teria uma influência em seus comportamentos? Talvez assim poderíamos explicar tamanha apatia no escrete rubro-negro nesse começo de ano.

Não sou ingênuo de acreditar que os jogadores são puros como anjos. É claro que existe ambição nas veias dos mesmos e que ela é suficiente para, sozinha, promover atitudes vergonhosas. Imagine então do que são capazes quando estão bem assessorados? Imagine o que não passa na cabeça de um rapaz de 19, 20 anos, diante da situação atual de ganância no futebol brasileiro?

Para mim, o desenlace do caso Dagoberto só confirma as atuais disposições dentro do Atlético. E imagino que ele não será, de modo algum, o último a agir dessa maneira: outros deverão seguir seu exemplo, se houver oportunidade. E, sinceramente, não consigo criticá-los por isso.

E viva a modernidade no futebol!



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