Joguinho bom…para dormir!
Domingo, 23 de julho de 2006, 16:00 hs. Lá estava eu, muito bem ajeitado num aconchegante sofá, na sala de minha casa, na pacata cidade de Pato Branco. À minha frente, as imagens da TV anunciavam (e convidavam) para um belo programa, em compensação para o desfecho de mais um final de semana sem maiores atrativos: “entrar em sono profundo”.
Não só dormi, como sonhei! Sonhei que era jogador do Clube Atlético Paranaense; e que, ao entrar em campo para representar o Furacão das Américas em mais uma partida “muito importante” pelo Brasileirão 2006, tive que fazer parte de um pacto com meus “coleguinhas” de time:
“(1) Hoje entraremos em campo com muito espírito de luta; e faremos de tudo para segurar o adversário (até onde der). Se o jogo terminar 0 x 0, sairemos como heróis, na certeza de termos cumpridos com os nossos deveres (e, também, honrado nossos salários).”
“(2) Teremos que orar muito, é óbvio, mas com uma boa dose de sorte (e muita ajuda, até do juiz), tudo vai acabar bem. Talvez até caia um golzinho do céu a nosso favor. Mas, se (quando) tomarmos um gol, teremos que “jogar” um pouco. Oras, nós sabemos o que fazer, não é mesmo? Afinal, somos pagos para fazermos um pouquinho do que sabemos (ou seja, um pouco mais daquilo que será feito antes de tomar o gol). ”
“(3) Se tomarmos um gol e não conseguirmos empatar, sairemos de cabeças erguidas. Afinal, todo mundo verá que não merecíamos ter perdido, certo? Se tomarmos o segundo gol, tudo bem; afinal, será um resultado totalmente injusto, a olhos vistos.”
“(4) Se conseguirmos empatar o jogo, comemoremos o feito como se fosse o gol de uma “grande vitória”. E aí, é só deixar o jogo correr! Já estaremos bem cansados (exaustos); e, certamente, não somos de ferro … para correr (e lutar) noventa e poucos minutos de “mais um” simples jogo de futebol. Cada um de nós deve – simplesmente – ocupar o seu espaço, dar alguns passos para trás e esperar o tão sonhado apito final do árbitro.”
De repente, acordei com um grito, que acabou com o meu soninho! Era o narrador da RPC anunciando o segundo gol de nosso “ridículo” adversário. Pelo menos, me dei conta de que não fazia parte daquele “grupo perdedor” (por opção ou vocação), onde o time joga quando quer, da maneira que quer, e dane-se o resto (principalmente nós, apaixonados torcedores atleticanos.)
Ora, torcida atleticana: antes de sofrer (cada vez mais), como um fanático torcedor do Clube Atlético dos Paranaenses, prefiro lhes dizer que, para um poeta e/ou simples observador, até que alguns jogos do nosso Atlético têm sido inspiradores, fontes para vigorosas criações artísticas.
Mas, por favor, atletas do CAP, não queiram “enganar”, porque – hoje em dia – ninguém mais gosta de ser enganado. Ouviram, Srs. Dirigentes! Ou será que nossos jogadores acordarão, antes de entrar em campo, na próxima partida? Afinal de contas, amanhã, depois de amanhã, etc, todos nós também estaremos bem acordados – com os olhos bem abertos – em busca do “pão nosso de cada dia” … e a honra de nossos salários, não é mesmo?