Infiltrado na torcida alheia
Nasci em Curitiba, e moro em Florianópolis há 10 anos. Domingo fui ao Orlando Scarpelli, ver o meu Furacão empatar com o Figueirense. Com um pequeno detalhe, fui na torcida do “Figueira”, com alguns amigos daqui.
Deu pena da minha namorada, pois estava muito frio, e eu não podia tirar a jaqueta para dar a ela, já que a paixão foi maior que a razão e não consegui deixar o manto rubro-negro em casa. Minha vontade era de pular a cerca e ir torcer ao lado daquela torcida maravilhosa, que ficava no lado oposto ao meu. Torcida esta que falava mais alto do que um estádio cheio de gente vestida de branco e preto. Fiquei maravilhado!
Porém, no jogo, a emoção não foi a mesma, apesar de ter que engasgar um grito de gol no início do primeiro tempo. Em alguns ataques do Figueirense, uma bandeira de 10 metros corria sobre minha cabeça e aquela agonia virou realidade aos 25 minutos de jogo. Aquele monte de torcedos ao meu lado gritando gol! E novamente ao final do primeiro tempo. Parecia que o Figueirense tinha o dobro dos jogadores em campo e que ganharia com facilidade.
No segundo tempo, o pênalti não marcado a poucos metros de mim quase me fez dizer nomes que iriam me desmascarar. Mas a aquela altura, o time já me lembrava a partida contra a ADAP, última partida que tinha assistido no estádio, levando um baile tático e técnico de um time meia boca.
Mas quando a partida estava 3×2, e a torcida atleticana não tinha parado de gritar um segundo sequer, pensei que ainda restava esperanças, mas doía muito ouvir o coro de “timinho” e “ão ão ão, segunda divisão”, dos torcedores ao meu lado.
Cheguei até ouvir um torcedor falando: “tínhamos que estar ganhando de 5×2, poque este time do Atlético é muito ruim”. Mas ao final do jogo a garra atleticana cresceu e empatamos o jogo. A esta altura, quase metade da torcida do Figueirense já estava deixando o estádio. Que tipo de torcida é esta?
Como resultado da experiência, percebi que time nenhum merece a torcida que tem o Atlético, já times como o Figueirense têm a torcida que merece, a qual não consegue em 12 mil torcedores fazer metade do barulho que fazem mil atleticanos e que perdem a esperança com um gol de empate.
Viva Os Fanáticos!