E o Caldeirão esfriou
Dizem que a esperança é a última que morre. Se for assim mesmo, a esperança atleticana está na UTI. Depois de quatro derrotas seguidas, uma delas num torneio internacional, começamos a ter medo do que poderá acontecer com o nosso amado time. O jogo de ontem foi a gota dágua para a nossa torcida.
Os leitores podem achar que exagero ao dizer tudo isso, mas eu digo a vocês que não é exagero. Sou atleticana desde que me conheço por gente e admito que nunca senti tanto medo de não ver o Atlético ser campeão. E se isso não bastasse, tenho medo de ver novamente o que aconteceu ontem no meio da torcida na Kyocera Arena. Torcedores brigando entre si por não respeitarem opiniões controversas e, o pior, isso tudo diante das câmeras de TV. O que aconteceu conosco, minha gente?
Sempre vi a Kyocera Arena como um lugar mágico, onde o Atlético era imbatível e a torcida jogava junto. Já fomos comparados à torcida do Boca Juniors em La Bombonera! E de repente nos deparamos com criminosos espancando outros da própria torcida, preconceito entre setores e intolerância! A velha Baixada está se esvaindo, o nosso templo sagrado está perdendo seu encanto ou o problema é conosco, torcedores?
Como dizia no começo, a nossa esperança corre risco de morrer por tudo o que vimos. Nosso time está jogando mal, nossa torcida briga entre si e não vemos saída. É importante lembrar que os jogadores refletem no campo aquilo que lhes é transmitido pela torcida. Temos que tomar consciência de nossa responsabilidade! O Furacão é nossa vida, é nossa paixão! Esse time irá desmanchar-se um dia, mas o Atlético ficará. Não podemos aceitar que a paixão rubro-negra acabe dessa maneira!
Muitos agora suplicam para que não deixemos o Caldeirão esfriar. Mas depois do dia de ontem, infelizmente, eu tenho que dizer que é tarde demais. O Caldeirão já esfriou.