12 fev 2007 - 22h01

A visão do presidente

Depois de alguns meses sem participar de programas de entrevista em emissoras de rádio do Paraná, o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mario Celso Petraglia, foi o convidado especial na estréia do programa “Esportes Banda B Conceito”, na Rádio Banda B (AM 550), parceira da Furacao.com, apresentado por Valmir Gomes e Marcelo Ortiz. O programa tem como objetivo trazer novos quadros e informações sobre as diferentes modalidades esportivas e vai ao ar todas as segundas-feiras, das 20 às 22 horas.

Em duas horas de programa, Petraglia respondeu às perguntas da equipe de Esportes da Banda B, além dos questionamentos dos torcedores atleticanos, que participaram através de perguntas por telefone. Entre os assuntos abordados estão a Copa 2014, Lei Pelé, saída de Marcos Aurélio, caso Dagoberto, relação com a imprensa, Paulo Rink e o time atleticano.

A principal novidade ao torcedor é o projeto de inclusão ao dia-a-dia do clube dos torcedores menos favorecidos. Segundo Petraglia, o clube estará lançando nos próximos dias uma campanha de valorização desses torcedores. "Há um projeto de inclusão social no Atlético Paranaense. Houve um momento de valorizar o produto. Mas chegou no momento de pensar nos menos favorecidos. Não só para democratizar, mas principalmente para que eles participem daquela que é a paixão maior do nosso povo, que é o futebol", disse Petraglia. De acordo com o presidente atleticano, serão lançados planos especiais para os menores de 18 anos, torcedores não-residentes na região de Curitiba e para os que não têm condições financeiras de pagar pelos planos de sócio oferecidos pelo clube.

A entrevista começou com a história do presidente Petraglia desde seu nascimento até hoje. Ele fez um resumo da sua vida e logo o assunto foi tomando corpo. Confira as principais declarações de Petraglia no programa Esportes Banda B – Conceito, da Rádio Banda B (AM 550), parceira da Furacao.com:

COPA DO MUNDO DE 2014:

O primeiro assunto abordado foi a Copa do Mundo de 2014 e o presidente Petraglia falou que o Brasil realmente deverá ser a sede da Copa. Em conversa com o governador Roberto Requião há alguns dias, Petraglia pediu ao principal político do nosso Estado que liderasse um movimento para que Curitiba seja uma das sedes da Copa. O maior evento futebolístico do mundo deve ter em torno de 12 sedes. Dessas, cinco já foram previamente escolhidas pela CBF: São Paulo (uma na capital e outra no interior), Distrito Federal, Rio de Janeiro e Minas Gerais. “O Brasil será, na minha humilde opinião e crença, a sede da Copa do Mundo de 2014. Estamos na vez, estamos na América Latina, tudo leva a crer que seremos a sede. E nós temos plenas condições. Na semana passada estive conversando com o governador Roberto Requião, pedindo que ele passe a liderar esse movimento, para que Curitiba não seja preterida", disse.

Segundo Petraglia, para que a capital paranaense seja uma possível sede do Mundial, o governador Roberto Requião assumiu o compromisso de liderar esse desejo da população paranaense. “O nosso projeto será concluído no máximo ano que vem, concluindo todas as exigências do caderno de encargos da Fifa. É um compromisso, uma motivação da sociedade como um todo. O governador já assumiu essa liderança, vamos falar com a prefeitura, associação comercial, federação das indústrias, OAB, sindicato dos hotéis, todas as entidades interessadas. Curitiba não poderá ficar de fora desse grande evento, temos que trabalhar para ter um pedacinho dele”, afirmou.

Para o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, a vinda da Copa para o Brasil será extremamente benéfica para uma revolução no futebol brasileiro. “O futebol brasileiro precisa disso, os estádios estão sucateados numa outra concepção, construídos há 60 anos, quando a quantidade era o que valia”, disse. “A vinda para cá, a divulgação do nosso futebol é para todos. Todos ganharão com isso. Eu fiquei extremamente impressionado com a disposição do governador em liderar esse movimento para que o Paraná seja sede desse evento”, revelou Petraglia.

Quase no final do programa, o senador Álvaro Dias entrou no ar e falou que Curitiba deverá ser convidada a ser uma das sedes da Copa do Mundo.

IMPRENSA:

Em vários momentos da entrevista, o presidente Petraglia reclamou da imprensa paranaense, que na sua opinião não divulga o que realmente interessa e às vezes falta com a verdade sobre o Clube Atlético Paranaense. Perguntado por um ouvinte o porquê da proibição da imprensa no CT do Caju, o presidente esclareceu que o Rubro-Negro não proibiu a imprensa de trabalhar e sim disciplinou a forma de trabalho da imprensa falada, ouvida e televisionada. E comentou sobre o site oficial do clube, que deve ser diariamente visitado pela imprensa para que as matérias possam ser levadas ao torcedor atleticano. Nesse momento, ele citou o caso do atacante Pedro Oldoni, que foi pouco comentado na imprensa e que está todo descrito no site oficial do clube.

DAGOBERTO:

Novamente perguntado sobre o atacante Dagoberto, Petraglia falou com todas as letras que essa foi a pior coisa que aconteceu com ele durante os doze anos que ele está trabalhando com o futebol do Atlético. Ele comentou que o atleta foi aliciado pelo São Paulo e foi instruído para não renovar seu contrato com o Furacão. Petraglia fez também severas críticas aos empresários de futebol que trabalham sem ética e sem moral, fazendo com que os jogadores sejam enganados por esse tipo de pessoas.

Ainda sobre o atacante Dagoberto, o presidente afirmou que teve uma discussão com o atleta na partida do Atlético no Estádio do Pinhão contra o J. Malucelli quando, segundo o dirigente, o atleta faltou com o respeito a instituição Clube Atlético Paranaense.

“A nossa torcida tem feito a justiça aos berros, aos gritos. A instituição está sendo agredida, violentada por essa gente (empresários de Dagoberto). Ele foi bem tratado, foi operado nos Estados Unidos, jamais deixamos de pagar um tostão sequer para eles”, disse Petraglia. “Vamos brigar até o fim, assim como estamos brigando no caso Aloísio, no caso Marcos Aurélio. Está muito claro que existe um interesse por trás disso tudo, objetivo e claro, que é para jogar no São Paulo. O São Paulo usa do expediente de aliciar jogadores, do Goiás, nosso, do Brasil inteiro. Chega a ponto de seu treinador dizer que seus diretores trabalham na noite enquanto os outros dormem. Eu não quero trabalhar na calada da noite. Se for para usar desse expediente, eu renuncio. Eu não vim trabalhar no futebol para trabalhar na calada da noite”, concluiu.

MASSA SPORTS E PROPOSTAS:

Na entrevista à Rádio Banda B, Petraglia disse que em novembro de 2006 ele conversou com Dagoberto e o atleta pediu para ser negociado, pois não tinha mais clima para continuar no clube. Após essa conversa, em que o jogador se recusou a viajar para São Paulo (para enfrentar o São Paulo pelo Campeonato Brasileiro) e para o México (no jogo contra o Pachuca, pela semifinal da Copa Sul-Americana), o presidente chamou o técnico Vadão e seu auxiliar Gersinho para comprovarem o teor da conversa entre o dirigente e o jogador.

Em virtude do pedido do atacante, o Atlético foi atrás de clubes dispostos a contratá-lo. Segundo Petraglia, o Atlético recebeu seis propostas e todas foram levadas ao jogador, mas nenhuma delas foi aceita. Três clubes brasileiros tentaram contratar o atleta (Cruzeiro, Fluminense e Internacional) e outros três de fora (Saint-Etienne e Monaco, da França, e Mallorca, da Espanha). Antes disso, em janeiro de 2006, o Hamburgo, da Alemanha, havia oferecido ao jogador 1,5 milhão de euros por ano. Esta proposta também foi recusada.

Para encerrar o assunto Dagoberto, Petraglia falou que tudo o que foi pedido pelo jogador foi atendido e ele quer sair sem dar o devido retorno ao Furacão. Após o desabafo do presidente, o advogado do Atlético, Marcos Malucelli, falou que o clube ainda tentará a prorrogação do contrato do atleta por mais 98 dias e que a briga judicial deve continuar até o final. Segundo Malucelli, hoje Dagoberto tem contrato com o Atlético até 29 de março de 2008. Diante disso, atualmente ele só pode sair do clube mediante o pagamento da multa de R$ 16 milhões. No entanto, a partir do dia 29 de março de 2007, quando o atleta entrar em seu último ano de contrato, a multa cai para R$ 5 milhões. O Atlético tenta na justiça prorrogar o contrato do jogador até julho de 2008.

RAMON:

Poucas palavras foram destinadas por Petraglia para falar do meia contratado como o “grande reforço" do time para o ano de 2007. O dirigente atleticano tratou esse caso como um problema pontual, dizendo que o jogador não quis ficar por problemas de aluguel e que nem uma casa no mais caro condomínio de Curitiba iria agradar a esposa e as duas filhas do meia, que moram a 50 metros da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

ALOÍSIO:

A pergunta sobre o atacante Aloísio foi feita pelo torcedor atleticano e usuário do Fórum Furacao.com Thiago Mourão. Ele perguntou se o Atlético se arrependia de ter emprestado o atacante ao São Paulo sem ônus algum e se o clube realmente não pagou o time russo do Rubin Kasan. A resposta veio em um tom muito sereno pelo presidente do Conselho Deliberativo do Atlético. Petraglia disse que não se arrepende de ter emprestado o atacante ao São Paulo e que Aloísio lhe prometeu que ficaria no Atlético após o Mundial – fato que não cumpriu. Sobre ter feito o pagamento ou não, ele comentou que o São Paulo atravessou a negociação com o time russo e o contrato que foi enviado pelo Atlético aos russos voltou sem assinatura e que não tinha como fazer o depósito. Em outras palavras, o presidente falou que o São Paulo pagou 150 mil euros pelo empréstimo do atacante e depois mais 500 mil euros pela transferência definitivo. Mas o Atlético continuará buscando seus direitos na justiça.

PAULO RINK:

Muito elogiado por Mário Celso Petraglia, o jogador tem contrato com o Rubro-Negro até o final do mês de junho de 2007. Depois disso, ele vai sentar e conversar sobre o que será melhor para a sua carreira. O presidente não confirmou a notícia que Paulo Rink estaria se tornando um agente Fifa.

“O Paulo é um amigo nosso, é uma das provas do trabalho desses últimos dez anos do Atlético Paranaense. Ele é um exemplo e veio porque sempre disse que gostaria de encerar sua carreira de atleta no clube. Temos contrato até junho, pode ser que antes disso ele encerre a carreira, mas ele mesmo disse que pretende cumprir esse contrato. Há uma relação de convivência fraterna, de respeito recíproco”, afirmou Petraglia.

CLÁSSICO ATLETIBA:

O clássico contra o Coritiba, disputado no último domingo, na Kyocera Arena, também foi tema da entrevista com Petraglia. De acordo com o presidente rubro-negro, o clima dentro do clube antes do clássico demonstra exatamente a distância que hoje o Atlético está do rival local. “Ontem foi o Atletiba mais tranqüilo da nossa história. O Atlético cresceu tanto que ontem entramos em campo muito tranqüilos e sempre foi um clima de estresse um Atletiba. O Atlético sobrava em campo. Esse trabalho que nós estamos fazendo, que a torcida tem nos ajudado, o Atlético está sobrando, sem demérito. A nossa torcida estava crente que ia ganhar, nós estávamos sobrando dentro e fora de campo”, disse.

Petraglia também comentou sobre os incidentes que aconteceram nos instantes finais do clássico, quando ele saia do pombal e encontrou os torcedores do coxa. “Eu não fiz nenhum gesto obsceno, não é da minha educação. Jamais vocês ouviram um comportamento meu dessa linha. Saí e na hora que fui descer fui insultado, cuspido, xingado e eu simplesmente fiz o V da vitória, para mostrar a eles que o Atlético é um clube vencedor. Eles entenderam como sendo um dois de segunda divisão, porque coincidentemente o gesto é igual, é questão de interpretação”, afirmou.

CONCLUSÃO DA KYOCERA ARENA:

Segundo Petraglia, "todos os projetos estão concluídos, a capacidade máxima será de 40 mil lugares". Em fevereiro ainda deverá ser realizada uma festa de posse do terreno onde estava o colégio Expoente, encerrando uma disputa judicial que durou cerca de dez anos. Já o início das obras deverá ser ainda neste ano e, pelo cronograma inicial da diretoria, caso não haja imprevistos, a Kyocera Arena deverá estar pronta e ser inaugurada sua segunda fase em 2008.

SÓCIOS TORCEDORES:

O Atlético lançará em breve uma campanha para arregimentar novos torcedores. Este projeto abrange novos sócios que são menos favorecidos, menores de 18 anos e até para não residentes em Curitiba. A meta é atingir em torno de 20 mil sócios, que podem votar e serem votados.

Há um projeto de inclusão social no Atlético Paranaense. "Houve um momento de valorizar o produto. Mas chegou no momento de pensar nos menos favorecidos. Não só para democratizar, mas principalmente para que eles participem daquela que é a paixão maior do nosso povo, que é o futebol", disse Petraglia.

Petraglia ainda pediu desculpas aos torcedores que ficaram horas nas filas esperando para se tornarem novos sócios e finalizou dizendo que adesões aos planos de sócios-torcedores estão além das expectativas, mas aquém do que o Atlético precisa.



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