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5 mar 2007 - 14h34

Um domingo diferente

Salve torcedores do Furacão! Dia de jogo, com a tensão pré jogo (TPJ) lá em cima, sozinho em casa (o filho viajou e a esposa trabalha em shopping). Enjoado de internet, dei uma sondada na carteira e com apenas trintão no bolso lá fui eu para a vila das alegrias (para nós que só temos alegrias naquela joça!).

Faltando 2 horas para o começo do jogo eu devidamente trajado com uma bermudona azul escura quase preta, e com uma camisa azul clara e um bonezinho para dar uma disfarçadinha, pois afinal conheço 8 paranhacas e corria o risco de um deles me reconhecer caso estivessem no local.

Deixei o possante em um material de construção próximo ao local do jogo que estava aberto até as 19h00 (estava deizão o estacionamento lá) e desci a pé já encontrando por ali além do contingente da PM alguns torcedores tribolores que animadíssimos também se encaminhavam para o porão do viaduto. Dei uma sondadinha em frente às bilheterias dando uma estudada nos preços, e olhem quem estava comprando um ingresso de quinzão: aquele Sérgio Bobo do tribuna no esporte! Bem, acabei comprando um de vintão que era a reta do Relógio, local em que eu assistia aos jogos do Furacão quando lá mandávamos nossos jogos na época cigana.

Adentrando ao local aquela famosa passadinha no WC e no boteco dar a 1ª abastecida, subi para a arquibancada no último lance num local bem privilegiado faltando ainda uns 30 minutos para começar o jogo. É claro que neste momento a galera do furacão já estava lá no local a ela destinada e fazendo muito barulho e que vontade eu tinha de estar lá junto, mas como frisei antes o bolso não permitiu pois eles estavam cobrando quarenta reais naquele local.

Também tive que ter muito espírito esportivo ao ter que ouvir aquelas musiquinhas tradicionais entre as torcidas de futebol bem como ouvir um monte de graçejos sobre o time de ricos do fim da rua. Começou o jogo e eu ali com o radinho colado ao ouvido e tentando me concentrar ao máximo para não dar bandeira sobre minha paixão. Estava neste momento começando a ver realmente o que significava o grande furacão para os tribolores, pois era notória a preocupação deles a cada vez que Alex e Denis pegavam na bola e partiam em direção ao gol de Flávio.

O tricondor tocava a bola mas não tinha chances claras de gol e isso já estava irritando a torcidinha rival, e eu já tranqüilo comecei a avaliar nossos jogadores. Cléber a cada defesa era xingado bem como a cada falta de nossos defensores pediam cartão e expulsões e neste jogo pelo menos eu via uma arbitragem perfeita deixando o jogo correr sem ficar parando a cada encostadinha facilitando aos nossos jogadores que jogavam com raça e estavam bem postados em campo.

Como tive que me controlar quando Alex lançou o Denis Marques que partiu velozmente e tocou com categoria na saída do goleiro. Ao meu lado um torcedor me cutucou e falou: não sei como é que esse cara é vaiado lá na Arena, pois é um craque e eu queria ele jogando para nós, e eu é claro que concordei e pensei: ele já joga para nós.

Quando o Evandro roubou a bola e partiu para o ataque e tocou para o Denis que fuzilou e fez aquele golaço, saí de mansinho e fui para o banheiro próximo para sozinho poder comemorar!Meu Deus, pensei, hoje vou apanhar aqui. Passei no boteco e com mais uma cervejinha, procurei outro lugar para ver o restante da partida, pois achava que estavam me cuidando e poderia ser descoberto no local anterior. Foi muito bom ver aquelas carinhas tristes no intervalo criticando o paranhaca e alguns comentando aonde tinha ido aquele futebol da libertadores do time que estava sendo dominado pelo rival.

No segundo tempo seguia tranqüilo e quando o árbitro expulsou o Joelson foi aquela baixaria de xingamentos e lamentos de todo lado e eu estava dando gargalhadas intimamente é claro. Quando o tal de Dinelson perdeu mais uma bola um deles me perguntou: quem é este 5 que está anulando nosso craque e não perde uma bola? E eu: deve ser o tal de Erandir! Outro comentou: podemos perder para qualquer um menos para estes! E eu completei: menos para os xoxas também.

Vadão foi esperto ao tirar o Marcão porque ele iria ser colocado para fora na próxima falta e Rogério Corrêa mostrou porque foi campeão brasileiro, pois não perdeu uma bola e participou de vários contra ataques sendo desperdiçadas várias chances até que um deles terminou no gol do Grande pequeno Ferreira e nesta hora passei no boteco, tomei a última e saí mentalmente comemorando com apenas um real no bolso e mais uma vitória do grande Rubro-negro da Baixada.

O time todo foi bem (com excessão do Válber) e seria uma injustiça dizer que este ou aquele não jogou bem. E a pequena torcida fez a festa calando a boca daqueles que estavam achando que aquele arremedo de time poderia se comparar ao grande “Furacão das Américas.” O que este torcedor apaixonado fez para ver o Furacão não deve ser feito por pessoas sem auto-controle, pois pode ser noçivo à saúde!



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