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19 abr 2007 - 23h44

Rotina

Acabo de ler na internet a notícia que todo atleticano já esperava: Dagoberto acertou com o São Paulo. Fato que põe um ponto final definitivo, pelo menos acredito eu, nessa irritante novela, onde orgulhos, vaidades e supostas traições foram ditos, reditos e desditos infindáveis vezes.

Para mim, é inegável a derrota atleticana nesse lamentável episódio. Mais uma derrota política na história recente do clube, o que parece estar virando costume, infelizmente. Houve o caso Aloísio, com as reiteradas afirmações de que o Atlético havia comprado o passe, depositado o dinheiro. Diziam “…estamos tranqüilos pois temos os documentos confirmando os fatos…”. O resultado foi o que todos sabemos: os fatos não eram bem aqueles e lá se foi o Aloísio para o São Paulo. A seguir veio o caso Marcos Aurélio, e as declarações foram as mesmas: “… já pagamos e temos os documentos…”. O Resultado foi Marcos Aurélio no Santos, pois os documentos não eram bem aqueles. E, durante essas duas novelas, o caso Dagoberto, que encerrou como sabemos. Não discuto aqui, embora seria muito relevante, a questão ética da atitude dos atletas envolvidos, afinal eles não infringiram nenhuma lei, somente desprezaram o carinho da torcida atleticana, almejando novos estágios nas carreiras, longe na Baixada. Mas afinal, atitudes como essa são valorizadas pela sociedade em qualquer profissão: chama-se ambição.

Dentro dessa realidade, contando 2002 para cá, ocorreram ainda outros fatos interessantes, como a disputa pelo preço dos ingressos, em 2004; proibições retaliadas de ambos os lados, tanto da torcida quanto da diretoria, o que somente ajudou a esfriar o clima lá pelos lados do Joaquim Américo. Saudosistas passaram a reclamar a volta da velha alma atleticana; progressistas passaram a defender as soluções adotadas como o único futuro disponível, a tabua de salvação. Nada muda e tudo muda, ficando as coisas como dantes.

Vale ainda lembrar os casos Casemiro Mior, Lothar Mathäus e Givanildo Oliveira (alguns ainda colocariam aqui Gilson Nunes, Heriberto da Cunha e Edinho) e as velhas histórias sobre planejamentos mirabolantes, que nunca funcionaram direito, cuja sina parece também estar presente em 2007. As contratações, dizia-se na época, eram de profissionais competentes, cuja filosofia de trabalho ia de encontro à política “planejamentológica” do clube. Todos redundaram em estrondoso fracasso, somando-se a isso a condição, digamos inusitada, que foi o abandono do clube em plena competição pelo alemão “saudoso”, motivo de piada.

Todos os fatos acima descritos foram justificados como sendo naturais em um grande time, um time de primeira linha, cujo centro de treinamentos e o estádio são os melhores da América Latina. E esses argumentos quase sempre foram utilizados por torcedores, tentando explicar ou justificar algo não tão fácil.

Como diz o filósofo Homer Simpson, “senão vejamos” então quais foram os resultados que esse grande time conquistou após o ápice de 2001: campeonato paraense 2002 e 2005 e a Copa Sesquicentenário (?) de 2003. Dirão alguns: “ahh, mas fomos vice-brasileiro em 2004 e vice da Libertadores em 2005, além da semi-final da Sulamericana de 2006”. Sim, em 2004 entregamos na mão do Santos um campeonato quase conquistado, por motivos, para mim, estranhos até hoje; nova derrota política na guerra de braço do local da primeira partida da final da Libertadores e uma derrota na bola insofismável para o São Paulo, em cuja partida jamais sequer ameaçamos a conquista sãopaulina. Onde, aliás, só nos classificamos para as oitavas graças a um tal de “cabeça de vaca”, apesar do vexame em plena Baixada contra o Independiente Medelín; e na Sulamericana levamos um passeio do Pachuca, que ganhou fácil, fácil. Além disso, aos que utilizam os vice-campeonatos como argumentação, sugiro uma visita ao furacao.com, item História, sub-item títulos: algum vice-campeonato é destacado? Pergunto: você ficou satisfeito com o vice contra os coxinhas, em plena Baixada, em 2004? Ficou satisfeito com o vice-brasileiro em 2004? Ficou satisfeito com o vice da Libertadores em 2005? Ficou satisfeito com a semifinal da Sulamericana em 2006? Eu não, afinal vice não combina com a imagem do Clube Atlético Paranaense que nos é vendida (de forma bem cara).

Imagino que a próxima derrota política seja em relação ao estádio que será utilizado como sede de Curitiba na ridícula Copa do Mundo de 2014 (para aqueles que defendem com unhas e dentes a copa no Brasil, sugiro uma visita ao blog do Juca Kfouri – http://blogdojuca.blog.uol.com.br/index.html – e procure pelo título “Carta aberta a Nuzman. Por HOMERO BLOTA”. Fala sobre o PAN do “Brasil”, mas serve como interlúdio para a Copa. Vale a pena). Num país onde a politicalha comanda, nada mais lógico que aparecessem propostas como a que estamos vendo, apalermados, serem feitas por pessoas de nosso estado. A questão, como bem disse o professor Belmiro Valverde, não é qual seria a melhor solução econômico-financeira para o país, mas sim evitar que a Arena da Baixada seja utilizada, por ser do Atlético. Piada de muito mau gosto, não é? Não, pois em nosso grande país não é importante qual a melhor solução econômico-financeira, mas sim outros fatores, não tão claros para a maioria da população, leigos que são em assuntos políticos. Some-se a isso o fato já bem conhecido de que o comando atleticano não gosta muito de sócios ou parceiros, preferindo comandar tudo sozinho e está clara a possibilidade de não se utilizar a Arena da Baixada na Copa, o que pode atrasar a tão sonhada e esperada conclusão, já que recursos serão dirigidos aos estádios que serão utilizados, o que faria o Atlético ter de bancar a ampliação sozinho, trazendo comercialização em massa de atletas e jovens valores (se os hão) para fazer caixa, o que nos traria anos de vacas magras em termos de já tão raros títulos. Mas em compensação a Arena estará concluída…

Enquanto isso, na vida real, mais uma derrota, dessa vez para o Atlético Goianiense, time, se não me engano, da terceira divisão, se for. E Vadão dizendo que bola alta na área não preocupa… E Alex Mineiro reclamando dos chutões da defesa… E alguns dizendo que é esfriar a cabeça e reverter em casa… E todos já conclamando os torcedores para novamente apoiar o time, como contra o Vitória, essa a única verdade real sobre o Atlético: a força de sua desprezada e apaixonada torcida.

E segue a vidinha comum, mediana, do Atlético.



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