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24 jun 2007 - 12h54

Nostalgia x Novo Milênio

O Atlético é o único clube que terá algo para mostrar no ano 3000, quando a cápsula do tempo estará sendo aberta para a geração (humana ?) e daí, nem sabemos evidentemente o que vai rolar neste terceiro milênio todo, mas estaremos lá, com nosso manto sagrado devidamente salvo e visível; no futuro, relembrando nosso passado.

Perguntas? Muitas. Respostas? Hoje sinceramente nenhuma ( eu nem imagino o que poderia responder sobre isto). Falar sobre o nosso passado é muito bom, muito lindo, romântico e privilégio. A vida do Atlético nestes últimos quarenta anos foi FANTÁSTICA. Não é à toa que estamos onde estamos. Não é à toa que estamos sendo cobiçados, caçados, invejados. Enfim; não é à toa que todo mundo no futebol do Brasil hoje (e quiçá internacional), queira ser um ATLÉTICO, um clube de verdade, baseado no trabalho, na confiança, na fé e na esperança de que a vida de um clube pode ser dirigida e calcada em valores.

Aliás, falando em valores, é esta a principal razão de estarmos no presente estágio. Nossa atualidade remonta de um passado de sangue, suor e lágrimas. Nosso passado serviu como referência para construirmos um clube baseado na vivência, no fanatismo e na crença de que, quem tem fé remove montanhas.

Mas, quando o barco tava todo inundado, sucumbindo e quando se viu que era agora ou nunca, uma voz ainda teve forças suficientes para dizer, este não é o ATLÉTICO que desejamos, que mantivemos vivo até agora e queremos ver triunfante. Nos últimos doze anos então, vimos o que aconteceu no ATLÉTICO.

Quero abrir um pequeno parênteses para dizer que eu, você, nós e milhares, muitos milhares de ATLETICANOS, fizemos sacrifícios e mais sacrifícios para ajudar a manter a CHAMA ATLETICANA VIVA. Lembro-me muito bem, quando adolescente, ganhando um salário magérrimo, eu guardava uns quinhões para comprar meu ingresso, talco e levar ao estádio nos jogos importantes contra “eles”, sabendo de antemão que iríamos apanhar na bola, mas ganhar no grito, perdíamos o jogo mas ganhávamos na festa, na plástica do clássico e na demonstração de amor e carinho pelo ATLÉTICO. Me desculpem (pelo termo) mas fico “emputecido” de ver gente hoje em dia, questionando quem é mais ou menos ATLETICANO? Acho este um dos principais motivos da fase fria que estamos vivendo em termos de demonstração de carinho pelo ATLÉTICO.

Mudanças provocam mesmo um estado de questionamentos. Mudanças mexem com as pessoas. Mudanças tiram as pessoas do seu estado de letargia, acomodação e comodismo. Nós estamos vivendo uma era de mudanças radicais. Eu também vivi a era lúdica de nosso ATLÉTICO. Carreguei bandeira dentro de ônibus, levei e dei pé-de-ouvido pelo ATLÉTICO, sacola com o talco, papel picado, rolo de papel higiênico para os jogos e tudo mais, para fazer festa, bagunça e sujeira no estádio em nome do ATLÉTICO.

Hoje, feliz ou infelizmente, os tempos são outros. Não vamos esquecer que praticamente tudo que a Diretoria do Atlético tem feito nestes últimos anos em relação às mudanças introduzidas com relação ao comportamento do torcedor no estádio, tem relação direta com o Estatuto do Torcedor, com o Código de Defesa do Consumidor, a Legislação e com normas da Fifa e CBF para definir a postura que deve ter uma torcida dentro de um estádio de futebol moderno e adaptado para competições a nível MUNDIAL.

Não vamos abordar a questão da discussão cultural aqui neste espaço, mas me orgulho muito de saber que somos hoje um Clube à frente do resto deste pobre futebol brasileiro, vencedor no campo e perdedor fora das quatro linhas. Eu me orgulho de saber que, neste país onde reina e graça a falta de punição e a injustiça, o ATLÉTICO, ancorado na nostalgia, surgiu primeiro para um novo mundo e um novo milênio, contando apenas com a ajuda de seu povo para ser um diferencial neste lamaçal chamado futebol brasileiro.

Vamos erguer a cabeça, ter paciência e acreditar naqueles que estão pensando grande e conduzindo a direção do Clube, que estão muito à frente dos demais clubes e dirigentes de nosso futebol, única e exclusivamente voltados para construir um clube Organizado, Planejado e Estruturado para os novos tempos.

Acredito; sinceramente, que o ATLÉTICO realmente não tem dono, mas tem pessoas donas de idéias e ideais convictos de que, com serenidade, perseverança e tempo, colocarão o ATLÉTICO PARANAENSE numa posição de destaque dentro do cenário futebolístico mundial.



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