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25 ago 2007 - 11h50

Uma tarde de domingo

Escrevo essas palavras para recordar a memorável tarde na Arena, em que tive o privilégio de presenciar o mais espetacular segundo tempo de uma partida de futebol que eu tenha vista em toda a minha vida, e com essa recordação, colocar um pouco de reflexão em alguns amigos atleticanos paranaense, que andam muito amargo com a vida, e com seu time, chegando ao cúmulo de abandonar seu time publicamente, ou de sinistras previsões para o futuro.

Mas vamos ao jogo. Domingo, 05/12/2004, Atlético Paranaense X São Caetano, 23.564 torcedores na Arena. O 1º tempo acaba com a vitória do São Caetano por 1 a 0, gol de Marcinho aos 41 minutos. Jogo duríssimo, pois o São Caetano tinha um ótimo time.

Voltamos do vestiário para o 2º tempo, iluminado pelos deuses do futebol, e o que presenciamos foi um verdadeiro orgasmo para a alma atleticana.

Simplesmente destruímos o ótimo time do São Caetano, com Denis Marques aos 18, Jadson aos 20 e 35, Washington aos 44, e para fechar com chave de ouro, novamente Denis Marques aos 46, descontando Fabrício Carvalho para o São Caetano aos 37 minutos. Final, Atlético 5 X 2 São Caetano.

Toques rápidos, envolventes, de primeira, com Jadson inspirado, Denis Marques iniciando sua trajetória no Furacão, Washington, sempre ele fazendo o seu, um clima mágico na Arena. Um furacão irresistível. Naquela tarde, tirando um pouco o fanatismo, acho que venceríamos qualquer time.

Essa e muitas outras tardes ou noites na Arena, são recordações inesquecíveis e que nos enche a alma de imensa alegria.

As alegrias que guardo do Atlético Paranaense, mesmo em tempos de vacas magras, como antes de 1995, daqueles Campeonatos Paranaense, que perdíamos sempre para os coxinhas, não podem ser apagadas ou esquecidas. Afinal, recordações, nos acompanham eternamente.

Considero a instituição Atlético Paranaense como parte da minha vida, e como um parente muito próximo, no qual estimo muito. Não gosto de pessoas negativas ou profetas do apocalipse, sempre destilando seu negativismo, como ocorrem com muitas opiniões aqui postadas. Essas pessoas, no seu entendimento, sempre vão estar certas, pois se o time acabar mal, vão dizer “eu avisei”, e se o time se recupera, vão dizer “ainda bem que eu avisei a tempo, senão”, e o que querem na realidade é ver o circo pegar fogo.

A diretoria comete seus equívocos, e na minha opinião, ultimamente erra mais do que acerta, mas não é por causa disso, que devemos abandonar o barco. Temos obrigação de passar energias positivas aos jogadores, por pior que sejam, pois somente eles, com apoio incondicional da torcida, podem reverter o panorama atual.

Imaginem que mal começa o jogo, e já começam as vaias. Como vocês acham que esses jogadores irão se comportar? Com incentivo as suas jogadas, por mais bisonhas que sejam, uma hora pode tentar uma jogada que dê certo, coisa que não faria com pressão por medo de errar. O medo de errar para não ser vaiado acaba com qualquer criatividade do ser humano. Quem tem medo de errar, não faz nada. Em qualquer atividade humana, crescemos com os erros. Vamos dar liberdade a esses jogadores de cometerem erros. Não adianta ficar pensando nesse ou naquele reforço para agora. É o que temos.

Nunca fui ao ponto de vaiar jogadores do Atlético. Acho mais interessante vaiar político. Esses sim precisam de uma sonora vaia.

Um amigo sincero, é amigo em todos os momentos da vida, de alegria ou dificuldades. Caso aconteça uma fatalidade de cairmos para 2º divisão (sai fora, uruca), não vou abandonar meu Atlético Paranaense, que tantas alegrias me proporcionou, de momentos memoráveis e inesquecíveis como naquela tarde de domingo.

Obrigado Atlético Paranaense por existir. Que vazio seria sem você.



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