Há males que podem vir para o bem
Nós, torcedores atleticanos, passamos por tudo este ano. Parece um longo inverno, um inferno astral sem fim. Pessoalmente a minha crise é maior, pois nem como brasileira, nem como paranaense e nem mesmo como atleticana tenho motivos para me orgulhar. A crise de identidade é geral.
Mas pensando bem, a tristeza e decepção dos últimos tempos só nos mostra que com o que realmente temos que lidar e que é o mais frustrante, é com a nossa impotência. Nossa enorme impotência diante dos que estão no poder, diante dos que apitam, diante de toda uma enorme rede de incompetência, má fé, ganância, que pode ser enredo para qualquer teoria da conspiração, pois qualquer que seja a explicação para tanto absurdo, pode fazer todo sentido do mundo.
Pois bem. Na minha revolta com todos os casos e descasos especificamente dos dirigentes atleticanos que nem cabe entrar em detalhes, pois ja cansamos de debater, fui uma das torcedoras que não compareceu ao estádio este ano, a não ser em jogos promocionais. Percebi que minha cadeira na Madre Maria Inferior Curva, nem foi ocupada por ninguém nas transmissões que vi pela tv. Fila K cadeira 47 – vazia, como tantas outras. É por isso que escrevo hoje aqui. Para todos os outros torcedores que não ocuparam suas cadeiras nas curvas, retas e gols. A diretoria, embora tarde, reconheceu sua tremenda estupidez e baixou os preços como um estímulo para voltarmos ao estádio. Não parece que funcionou muito. O que parece ter funcionado para mim foi a atitude do tal árbitro (aquele que não deve ser mencionado)no jogo contra o Inter.
Há males que podem vir para o bem. Acho que agora é a hora de darmos a volta por cima, driblarmos a nossa impotência e irmos ao estádio. Essa atuação infeliz deste árbitro me motivou, agora sim o Atlético precisa de mim. Me cutucaram. Fiquei com raiva. Meu protesto acabou. Tirem o pó da cadeira 47 fila K Madre Maria Inferior Curva. Eu estarei lá no próximo jogo e em todos os outros até o final do ano. Só não vou se ficar doente ou coisa pior, desculpem o pessimismo no final, mas com um ano como este é inevitável pensar no pior.