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17 set 2007 - 21h13

Enquanto torcedor, eu valho por dois

Eu fui um torcedor do Santos. Fui? É… eu sou um ex-santista, e não tenho vergonha de falar que já torci pelo santos e me lembro até do dia em que comecei a torcer pelo santos. Meu pai santista havia se reunido com vários amigos para assistir a final Santos e Flamengo pela TV na final do brasileiro, e nesta final o Santos do meu pai perdeu, quando no final do jogo as crianças ali presentes saíram as ruas gritando o nome do Zico e do Flamengo e eu como que para defender meu pai com 7 anos torci para clube santista.

Nasci em São Paulo capital e morei lá até os 12 anos de idade, indo morar depois em Maringá e dos 16 para os 17 anos meu pai veio para Curitiba trabalhar e morar, isso era 1992.

Recordo que achava interessante nos dias que antecediam um clássico em Curitiba e nos dias depois dos clássicos aqueles torcedores com as camisas de seus clubes fazendo piadas dos adversário, e reparava o quanto cada um era apaixonado pelo seu clube. Como observador que sou dos aspectos da natureza humana, reparava no algo a mais que a torcida daquele time de nome Atletico Paranaense tinha, era um amor mais quente, um orgulho maior ou mais incondicional, não sabia direito o que era, mas lembro que reparava isso. Pensava eu, como pode ter tanto amor por um clube, o que tem esse clube que apaixona tanto as pessoas?

Lembro do dia que comecei a torcer pelo meu Furacão, foi em um jogo que perdemos para o Corinthians em um jogo de volta, e a derrota foi por goleada lá no Pinheirão, e no dia anterior, a torcida não se rendia aos adversários e mantinha seu espirito de luta e garra como antes do jogo, isso me cativou e decidi torcer para o Atlético, a minha idéia era torcer para um clube da cidade e poder vivenciar essa rivalidade entre torcidas, era para apenas ter um segundo clube, e não trocar de clube do coração como ocorreu. Aos poucos, acompanhando o clube, indo na Baixada, vendo aquela massa rubro-negra, incendiando o Caldeirão, vendo meu clube diariamente, fui criando uma paixão tão grande que no dia que jogaram o Furacão e o Santos me deparei torcendo pelo rubro-negro, foi um choque, me senti culpado, traidor e por algum tempo convivi que este sentimento de culpa, meus primos que eram de São Paulo e foram também para Maringá e são torcedores do Palmeiras, me criticavam, dizendo, como poderia eu ser um vira-casaca, mudar de time. E minha explicação era simples, o FURACÃO é diferente de outras torcidas, foi só questão de tempo para me encantar, mas eles não entendiam e eu sempre disse que um dia eles entenderiam.

Pois bem, neste jogo de domingo contra o Palmeiras eles simplesmente entenderam e algo incrível aconteceu. Liguei para eles dizendo que estaria a trabalho em Maringá e os convidei para vir para Curitiba verem o jogo comigo no Caldeirão e os ingressos era presente meu, que eles assistiriam o seu clube de coração o Palmeiras, mas teria que ser na torcida do Atlético. Eles já foram ver o Palmeiras no Parque Antártica e no Morumbi.Viemos toda a viagem, brincando e tirando sarro um da cara do outro, eu com o meu manto rubro-negro e boné com o escudo do Atlético.Ao chegar a frente da Arena da Baixada começou a admiração da nossa grandeza, quiseram tirar fotos, filmaram a entrada nas catracas, nas lanchonetes e quando entraram nas cadeiras, que era na reta da Getulio Vargas superior dava para ver o brilho no olhar e o encantamento deles.

O jogo começou e o grito da torcida Os Fanáticos embalando todo o Caldeirão os deixaram encantados. Eles cantavam junto com a torcida, mesmo que de brincadeira para não serem percebidos como Palmeirenses pela torcida, mas queriam fazer parte daquela torcida maravilhosa e gritavam a acenando os braços contra a sua torcida verde logo a frente – a-tle-ti-co, a-tle-ti-co, uh! caldeirão, atirei o pau nos coxas, para eles foi um dia inesquecível e para mim, muito mais. Na saída da Arena duas coisas me deixou me surpreendeu, um deles comprou um camisa no Atlético Paranaense para o seu filho de 3 anos, pediu para embrulhar de presente e ao nos despedirmos colocaram a mão em meu ombro e disseram: – agora eu sei por que você torce para o Furacão…acho que eles não vão deixar de torcer para o Palmeiras e começarão a torcer pelo rubro-negro, um com 31 e outro com 41 anos, mas certamente hoje eles já tem um segundo clube para torcer, acompanhar e vez ou outra vieram para capital ver o furacão novamente…Ainda não sei medir o crescimento de uma torcida, mas já posso entender como acontece o crescimento dela, como se conquista novos torcedores, o Furacão é o meu clube de coração, e posso com certo orgulho dizer que valho por 2, por que ao mesmo tempo que o Atlético ganhou um novo torcedor, tirou de um adversário um torcedor, e apesar de tudo isso eu ainda não sei o direito o que move essa minha paixão pelo meu Clube Atlético Paranaense, o meu clube de coração.



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