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24 out 2007 - 19h21

30 anos

Lembro-me da faixa preta com letras em branco pendurada no pinga-mijo quase vazio, numa tarde cinzenta de 1977 – na minha memória, todos aqueles dias eram cinzentos. Seria uma alusão ao Corinthians? Ao Santos? Ao Operário de Ponta Grossa? O que fazia ali aquele estranho apetrecho, afinal? Eu vi, dias depois, em outro jogo, o remendo de pano que fundiu dois pequenos grupos: o da faixa alvinegra e um outro, com as nossas cores, que se apresentava como força jovem ou o que o valha. Tempos difíceis, em que era preciso tapar uma lacuna enorme, provocada pela morte do ETA. Agonizante desde o início do ano, o antigo esquadrão não suportou a debandada dos seus chefes. Teve suas bandeiras recortadas e seus símbolos profanados.

Aos poucos, os tais fanáticos – era assim que se apresentava a nova torcida – cuidaram de ganhar personalidade. Alguns meses depois, na campanha de 1978, que teve o brilho de Ziquita e seus quatro gols sobrenaturais, tomaram conta da curva da laranja, na Baixada de tijolos à vista. E fizeram um barulho ensurdecedor nos três jogos finais – três empates sem gols fabricados por um traidor chamado Diede Lameiro, técnico que enterrou o nosso time, incentivado, dizem fontes seguras, por agrados que vieram do inimigo. O título, que era para ser nosso, se perdeu nas mãos grandes de Manga e nas manobras sujas de cartolas indecentes.

Aprendemos a amar os tais fanáticos. Com eles encaramos o desmanche de 1979, o torneio da morte de 1980 e o inferno da segundona e do Pinheirão. Com eles explodimos de emoção a cada jogada de Washington e Assis, Oséas e Paulo Rink, Novak e Piekarski. Ou a cada gol de Kleber, Ilan, Kelly, Fernandinho, Jadson, Lucas, Gabiru, Adauto e Lima, artilheiros por vocação, ou Reginaldo Cachorrão, Gustavo, Rogério Corrêa e Rodolfo, zagueiros das horas decisivas. Com eles comemoramos o nosso maior título, nos pés imortais de Alex Mineiro, nos emocionamos com o Coração Valente, conquistamos a América, ensurdecemos os adversários e enchemos nossos pulmões para dizer ao mundo que “Ferreira é da Caveira”.

Não existiriam Os Fanáticos sem o Atlético, não há dúvida. Mas, sem Os Fanáticos, a vida do Atlético e dos atleticanos teria menos graça. Como desprezar, a não ser por insensibilidade, frieza ou inveja, essa impressionante e bela simbiose, consolidada nos últimos trinta anos? Aos que não gostam, paciência. O espetáculo vai continuar – em vermelho e preto, como deve ser.

Parabéns, Fanáticos, a maior do mundo.



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