Clubes brasileiros sofrem com influência de empresários
A influência dos empresários na carreira dos jogadores brasileiros está tomando proporções alarmantes. Desde a edição da Lei Pelé, os clubes sofrem para manter os jovens talentos e não sofrer prejuízos financeiros em vista do valor investido na formação dos atletas. Nesta terça-feira, Emerson Leão, técnico do Santos, pediu publicamente para que as autoridades competentes tomassem uma atitude a respeito do envolvimento dos empresários no futebol. "Os clubes não são donos, são terceirizados, donos são os empresários. Antes de falar com o atleta, você tem que falar com o empresário. Um moleque de 14 anos já tem dono", afirmou Leão, que dirigiu o Atlético em 1996.
Nos últimos anos, o Furacão enfrentou problemas com alguns jogadores. Os atacantes Aloísio, Dagoberto e Marcos Aurélio foram assediados por outros clubes e, orientados pelos seus agentes, deixaram o Rubro-Negro.
Agora é a vez de Santos e São Paulo sofrerem do mesmo veneno. Na mesma entrevista ao Terra Esportes, Leão declarou que a mais nova sensação do Peixe, o avante Tiago Luís, quase não estreou com a camisa alvinegra: "Até falei para o garoto arrumar as coisas dele e ir para casa". O time do litoral paulista também sofreu uma debandada com a saída de Luxemburgo. Foram embora o volante Maldonado, o lateral Alessandro, o meia Pedrinho e o atacante Marcos Aurélio, o mesmo que já havia deixado o Atlético Paranaense no final de 2006.
Falando em nome do São Paulo, o diretor Marcos Aurélio Cunha igualmente denunciou que uma de suas jovens promessas, o zagueiro Aislan, foi sondado por clubes europeus no início do ano. O Coritiba também pena na mão de empresários, eis que o atacante Keirrison e armador Pedro Ken têm seus direitos econômicos presos a empresários. No Paraná, após terem atuado intensamente durante a gestão de José Carlos Miranda, os empresários retornaram a oferecer alguns jogadores ao clube.
Por enquanto, o Atlético parece não enfrentar problemas graves em relação aos seus atuais jogadores. Após a conturbada saída do atacante Marcos Aurélio, nenhum outro jogador causou problemas para renovações. Como conseqüência, o elenco de 2007 foi mantido para esta temporada – à exceção de Alex Mineiro, que já havia suportado o assédio do Palmeiras no meio do ano.